quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Arte de Fernando Fusco

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CRONOLOGIA ESSENCIAL DE TEX - Década actual

Julho de 2000 – É editado “L’ultimo ribele” Texone número 14, ilustrado porColin Wilson; o que converte o neozelandês em o único autor que trabalhou nos dois grandes mitos do western europeu: Tex e Tenente Blueberry.

Janeiro de 2001 Morre em Alessandria no dia 12, aos 92 anos, Gianluigi Bonelli, o criador de Tex Willer, o mítico ranger texano, ícone do banda desenhada italiana.

Depois de muito tempo de espera aparece finalmente o Texone do mestre norte-americano Joe Kubert. “Il cavaliere solitario” traz 240 páginas ilustradas por um dos maiores desenhadores da história da banda desenhada, nas quais o protagonista exercerá uma faceta de cavaleiro andante, quando ao perseguir quatro assassinos, vai enfrentando as injustiças cometidas por cada um deles nos lugares em que os localiza. Na realidade esta particularidade se deve a que quando se construiu a história, fez-se pensando no mercado anglo-saxónico na forma de quatro álbuns de 56 páginas, teoricamente mais assimiláveis para o dito mercado que um só álbum de 240 páginas, por isso a história se divide de quatro capítulos bem diferenciados, referente a cada um dos assassinos.

8 de Junho de 2002 – É publicado o mítico número 500 da colecção mensal de Tex; neste caso trata-se de um número a cores, realizado por Nizzi e Ticci, em que a tumba de Lilyth é profanada, o que motivará a ira dos protagonistas.

Depois dessa história inicia-se o início do sexto centenário da série com a história que apresenta o regresso de Claudio Villa ao desenho e de Mefisto à trama.

14 de Agosto de 2005 - Tex Willer nasce em Portugal. Pela primeira vez na sua longa história, uma edição de Tex foi editada no nosso país. A aventura (colorida) escolhida foi “Tex contra Mefisto“, publicada no volume 8 da “Série Ouro – Clássicos da Banda Desenhada” com o patrocínio do jornal “Correio da Manhã”.


Depois de todo este histórico passado, continuará sem a menor dúvida, crescendo no futuro, cada vez mais, a lenda de Tex Willer, o Águia da Noite…



CRONOLOGIA ESSENCIAL DE TEX - Década de 90

Fevereiro de 1991Gianluigi Bonelli despede-se da colecção no número 364 intitulado “Il medaglione spagnolo”. Na realidade, desde meados dos anos oitenta a sua presença na série vinha sendo muito esporádica, monopolizando Nizzi a escrita dos argumentos.

Não deixa de ser significativo a presença de elementos da cultura hispânica neste último argumento do Bonelli pai, ele que sempre havia mostrado um apego pelos vestígios desta cultura nas aventuras de Tex, inclusive numa ocasião Tex enfrentou uns descendentes dos conquistadores espanhóis que tinham ficado separados do resto da civilização, numa cidade construída com ouro, no meio de um deserto, mantendo a mesma forma de vida de seus antepassados.

Dezembro de 1991 – É editado “Oklahoma”, um número especial do mesmo tamanho que a colecção mensal, porém com 350 páginas, que no início se denominou como mini-Texone. Letteriera o responsável pelo desenho, sendo a figura do argumentista, o que conferia o carácter especial; argumentista que não era outro senão Giancarlo Berardi. Infelizmente pese o excepcional do lançamento, o trabalho de Berardi não conseguiu atrair tanta atenção como o que estava realizando com Ken Parker.

Junho de 1992 – Aparece o quinto Texone, primeiro trabalho na saga, deVíctor de la Fuente e também o primeiro destes álbuns especiais ilustrado por um desenhador não oriundo da Itália.

Outubro de 1992 – Inicia-se no número 384 a história “Orgoglio navajo”; nela Nizzi utiliza o mesmo recurso que costumava usar Gianluigi Bonelli para relatar passagens do passado das personagens: nesta ocasião, Tex narra o seu primeiro encontro com Jack Tigre, a seu filho e a Carson. A narração é uma das mais dinâmicas das escritas por Nizzi e apresenta um trabalho deGiovanni Ticci impecável. Contribui além disso a dar maior profundidade e identidade humana a um dos mais atractivos protagonistas que a série havia gerado, mas que sem dúvida não estava tão desenvolvido como muitos leitores gostariam. Curiosamente esta é uma das histórias que os distintos autores que trabalharam na série, mais mencionam, na hora de falarem do trabalho dos seus companheiros de lides.

Janeiro de 1993 – O número 387 marca o início da longa história “Ritorno a Pilares”, uma saga de Nolitta e Letteri cujas 586 páginas se convertem não só na mais extensa aventura de Tex, mas constitui a mais longa história de toda a Sergio Bonelli Editore.
“Ritorno a Pilares” contém todos os elementos das histórias clássicas de Tex: a magia – mediante a presença de El Morisco–, os elementos fantásticos – exemplificados na figura de um homem-jaguar – e históricos – a cultura azteca presente, entre outros elementos, em um intento de sacrifício ritual com Kit Willer como protagonista–.
Desde o ponto de vista do argumento, a história é toda um decálogo por parte de
Nolitta da sua maneira de entender as aventuras da personagem e não se pode negar que é herdeiro do trabalho do seu pai.


Junho de 1993 – O sexto Texone marca o início da colaboração de José Ortiz com Tex Willer.

Janeiro de 1994 – É publicado o primeiro Almanacco del West, publicação de cadência anual de formato similar à série mensal que inclui uma história curta – umas cem páginas – da personagem, acompanhada de diversos textos referentes ao mundo do Selvagem Oeste, tanto desde o ponto de vista histórico, como do das diferentes criações artísticas a ele referidos, até completar as 176 páginas do livro.

Fevereiro de 1994 – É posto à venda o Tex número 400, último episódio com desenho de Galep. Será também a última capa deGalleppini, que havia realizado tanto as 400 da série mensal, como todas as capas da colecção em formato de tiras. A partir do mês seguinte, seria substituído por Claudio Villa, que permanece como actual incumbido e que já havia ilustrado algumas histórias na série anteriormente. Villa, devido ao seu talento e juventude, foi saudado à sua chegada à série como a grande esperança gráfica para a colecção, porém viu-se reduzido a este labor de fazer as capas, sobretudo por ser um desenhador bastante lento em desenvolver o seu trabalho.

Galep faleceria pouco depois, a 10 de Março desse mesmo ano.

Junho de 1994 – É editado “Il Pueblo Perduto”, sétimo Texone, realizado por Nizzi e Ticci; segunda – depois deGalep – e última excepção dentro da filosofia de mostrar novas versões gráficas de Tex nestas colecções especiais. O resultado do trabalho de Giovanni Ticcinão pode qualificar-se de outra maneira, senão dizer que constitui uma das mais altas quotas de qualidade que tenham gerado as histórias realizadas com Tex e não é fácil explicar com palavras o porquê. Ticci realiza um exercício de talento onde consegue integrar uma descrição de paisagens únicas, com as figuras das personagens e as acções que deve descrever, mediante a exploração do seu próprio estilo como desenhador.

Setembro de 1994 – O número 407 traz a chegada de Mauro Boselli – Milão, 1953 - à série. Na realidade, Boselli já havia escrito uma história em colaboração com Gianluigi Bonelli, embora só se considere este momento como o da sua chegada efectiva à série. Diferentemente de Nizzi, que foi contratado a outra editora, Boselli era um homem da casa, que havia se destacado no seu trabalho em Zagor e que previamente havia realizado outros trabalhos em publicações como “Orient Express” ou nas edições gigantes de Tex. Também o diferencia de outros argumentistas que como Decio Canzio, Michele Medda ou o já mencionado Berardi haviam realizado somente alguns episódios que não frutificaram a sua relação criativa na série, Bosellichega para ficar, pese o facto de que em princípio, devia escrever só uma história.

Il passato di Carson” é a sua primeira saga e deixa logo ás claras as suas características como argumentista de Tex: dar um maior peso ao resto das personagens que rodeiam o protagonista. Os três números que abarcam esta história não contada do passado de Kit Carson convertem-se numa das sagas mais valorizadas pelos leitores. A partir desse momento Nizzi e Boselli alternam-se na escrita da série e as suas diferentes maneiras de escrever a série gerou um intenso debate entre os aficionados. Nizziapresenta no seu trabalho um Tex omnipresente, foco absoluto da acção em cada momento, enquantoBoselli deixa mais espaço para desenvolver as personagens secundárias – e logo na sua primeira história, o protagonista real não é Tex, mas sim Carson –, sem esquecer nunca que Tex é o verdadeiro catalisador dos acontecimentos. Por outro lado, Boselli é mais chegado à aventura no sentido amplo – como demonstra o seu trabalho em Zagor –, enquanto que Nizzi é mais propício a introduzir elementos de intriga nas histórias.

Não seremos nós aqui no blogue a dizer qual dos dois modelos é mais fiel ao trabalho de Gianluigi Bonelli, não esquecendo ainda o modelo Nolitta, mas registe-se que se Boselli trouxe uma lufada de ar fresco à série, não podemos tirar mérito ao Nizzi, que teve a difícil missão de substituir como argumentista principal, o criador da série, papel que se saiu muito bem graças ao seu profissionalismo e à sua persistência.

Setembro de 1996 – Começa o número 431, “La strage di Red Hill”, última história escrita na sua totalidade por Sergio Bonelli. A saga foi começada porAlberto Giolitti – que tal como aconteceria mais tarde por exemplo comVíctor de la Fuente ou José Ortiz, foi contratado para a colecção mensal depois de ter realizado o seu Texone – todavia, Giolitti faleceria em 1993 antes de concluir o trabalho de modo que seria Giovanni Ticci, amigo pessoal de Giolitti, quem concluiria a história, se bem que Sergio tardou a decidir o que fazer com aquelas páginas, o que levou ao atraso em que a saga foi editada.

O certo é que o trabalho de Giolitti nas quase 200 páginas que completou é realmente impressionante, pela sua contundência narrativa e capacidade expressiva e deixam um legado à altura de quem foi um dos desenhadores mais importantes que a Itália deu ao mundo. O arranque da história, é além disso um dos momentos mais impactantes que apareceram na colecção: Tex e Jack Tigre encontram-se de visita a um acampamento de uma outra tribo, quando de repente aparece uma milícia de aparentes ”trapers”que, aproveitando o facto da maioria dos guerreiros se encontravam numa caçada – acompanhados de Carson e Kit – cometem um autêntico massacre onde unicamente sobrevivem Tigre e Tex, ao serem deixados como mortos, quando somente estavam feridos. E é aqui, na exploração dos componentes mais dramáticos, donde a arte e o engenho como argumentista de Sergio se mantém à altura da criatividade gráfica de Giolitti e igualmente se mostra ao nível dos melhores momentos do trabalho de seu pai.

Novembro de 1997 – Aparece nas bancas italianas o primeiro Tex de Antonio Segura; primeiro e único argumentista não italiano que escreveu para a série. A história em concreto inaugura uma nova colecção de cadência anual que se chamará Maxi-Tex, cujo formato é idêntico ao da série mensal, porém com um número de páginas a rondar as 350.

Janeiro de 1998 – A eminente celebração dos cinquenta anos de Tex teve como consequência, que disparasse o número de publicações sobre a personagem, e em especial os livros dedicados ao estudo das suas diversas facetas. Um dos mais curiosos foi “In viaggio com Tex”, volume no qual o seu autor, Aurelio Sangiorgio, faz uma minuciosa e amena reconstrução geográfica dos lugares em que se desenrolaram as aventuras de Tex. O resultado principal do estudo foi o de nos revelar o brilhante trabalho de documentação que levava a cabo Gianluigi Bonelli na série.

Maio de 1998 – A editora bolonhesa Punto Zero publica o livro de Franco Busatta “Come Tex non c’è nessuno”: História de um herói e do seu editor, novo volume sobre a personagem ante o seu próximo cinquentenário.
Neste caso trata-se efectivamente, de uma entrevista de
Sergio Bonelli na qual analisa muitos dos motivos porque Tex continua tendo tanta repercussão ao fim de tantos anos, assim como os motivos que permitiram à sua editora converter-se em uma das mais importantes do mundo. Trata-se de um livro muito interessante não só para os fãs de Tex, mas para todos os aficionados da banda desenhada em geral.

Julho de 1998 – Aparece o primeiro trabalho com Tex de Alfonso Font, é ademais o único dos Texoni até ao momento que não foi escrito por Nizzi, mas sim por Boselli.

Setembro de 1998 – Tex cumpre 50 anos. Para celebrá-lo , junto ao número mensal de Tex – o 455, de Nizzi e Ticci – em que os protagonistas deverão enfrentar de novo os prejuízos do homem branco contra os peles-vermelhas, é incluído como presente aos leitores um interessante livro intitulado “La frontiere di carta” que contem um pormenorizado estudo das revistas dedicadas ao Faroeste.
Nesse mesmo mês, é posto também à venda outro dos livros mais curiosos que Tex tenha gerado; trata-se de “Il mio amico Tex” de
Sergio Cofferati. A sua principal particularidade reside em saber que Cofferati é na realidade um célebre sindicalista, grande admirador da personagem; consistindo o livro em uma entrevista na qual o sindicalista expõe, entre outras questões, as sua teorias sobre as similitudes entre Tex e Che Guevara ou entre Mefisto eBerlusconi.


Julho de 1999
– É editado o Texone de Ivo Milazzo, um dos mais impressionantes trabalhos do criador de Ken Parker. “Sangue sul Colorado” apresenta-nos Tex, Carson, Jack Tigre e Kit enfrentando o cacique de uma localidade mineira, quando Kit se vê condenado à forca como vítima de uma espécie de pantomima de justiça.

Agosto de 1999 – Começa no número 466 a história “Golden Pass” que trará a última aparição de Sergio Bonelli como argumentista; de facto, nem sequer chegará a completar a história que será terminada por Boselli. Inicialmente a história foi desenhada por Galep, que chegou ainda a desenhar uma vintena de páginas, mas finalmente Bonelli decidiu que Ticciredesenhasse essas páginas e completasse a história.

CRONOLOGIA ESSENCIAL DE TEX - Década de 80

Julho de 1983 – O número 273 da colecção mensal traz a chegada deClaudio Nizzi, argumentista que será chamado para substituir Gianluigi Bonelli como principal escritor da série. Nascido em Sétif – Argélia – em 1938, Nizzi muda-se para Itália somente com um ano de idade, começando a sua carreira no mundo da escrita em 1960 nas páginas de “Vittorioso” – publicação em que também tinha colaborado Gianluigi Bonelli alguns anos antes – . A razão pela qual Sergio Bonelli se centra nele e lhe oferece a oportunidade de trabalhar na série tem a ver seguramente com o facto de que até esse momento, a carreira e as qualidades de Nizzi apresentavam muitas similitudes com a do próprio Gianluigi Bonelli; um argumentista com grande capacidade de trabalho, que tinha demonstrado a sua habilidade criando um bom número de personagens e séries.

O primeiro Tex editado com a firma de Nizzi – que na realidade era o segundo que escrevia, já que o primeiro se atrasou a sua publicação – é além disso a última história desenhada integralmente por Erio Nicolò, um dos desenhadores mais profícuos da série. Nicolò era um desenhador de género clássico, com um estilo a meio caminho entre o de Galep e o de Letteri.

Na actualidade Nizzi é o argumentista de referência da série, inclusive exerceu um quase monopólio durante muitos anos. O seu Tex tem como referência o deGianluigi Bonelli, tendo construído um modelo de que não se separa praticamente nunca, e em que Tex exerce um protagonismo absoluto em todos os momentos.

Maio de 1986 – Aparece o primeiro Tex assinado por Jesús Blasco; o primeiro realizado por um desenhador não italiano.

Junho de 1988 – É publicado o Tex número 332, aparecendo pela primeira vez a chancela Sergio Bonelli Editore como editora da série. Sergio Bonellidirigia a editora desde que substituiu a sua mãe em 1957, quando contava apenas 25 anos, porém só em 1988 é que decidiu mudar o nome da mesma para o seu próprio.

Nesse mesmo mês e como motivo do quadragésimo aniversário da personagem, é publicado “Tex, il grande”, o qual se baptiza como Albo Speciale ou Texone. Trata-se de um álbum de 240 páginas em tamanho grande – 30×21 cm –, escrito por Nizzi e ilustrado pelo mestre italiano Guido Buzzelli.

Dezembro de 1988 – O número 338 de Tex traz o início da história “Picollo lupo”, uma particular homenagem a John Ford por parte de Claudio Nizzi eGalep. Tex e Carson ingressam numa diligência da Wells Fargo cujos passageiros não são outros que as personagens do filme”A Diligência” de Ford.

Junho de 1989 – O êxito do Albo Speciale ilustrado por Buzzelli motivaSergio Bonelli a criar uma colecção de cadência anual, na qual, grandes desenhadores de todo o mundo dêem a sua versão de Águia da Noite. O grande desenhador italiano Alberto Giolitti – célebre pelos seus trabalhos para a indústria norte-americana, como por exemplo a série “Turok, Son of Stone” – é o seleccionado para este segundo Texone. A ele seguiram-seAurelio Galleppini, Sergio Zaniboni, Víctor de la Fuente, José Ortiz,Giovanni Ticci, Aldo Capitanio, Magnus, Jordi Bernet, Goran Parlov,Alfonso Font, Ivo Milazzo, Colin Wilson, Joe Kubert, Bruno Brindisi,Manfred Sommer, Roberto De Angelis, Carlo Ambrosini e Giancarlo Alessandrini até ao momento.

CRONOLOGIA ESSENCIAL DE TEX - Década de 70

Março de 1970Galep e Gianluigi Bonelli oferecem-nos “Tra due bandiere”: a história da participação de Tex na guerra civil norte-americana, que começa na edição 113. O protagonista encontra Dick Furacão, antigo companheiro de andanças e com ele rememora a vivência de ambos no mencionado conflito, no qual participaram como exploradores do exército nortista. Mas além da história propriamente dita o que de manifesto deixa esta saga é a capacidade do criador literário de Tex para o tratamento dramático da acção. A narração escrita por Bonelli não pretendia explorar nenhum carácter épico, mas sim descrever a crueldade, a tragédia e o sem sentido que acompanha qualquer conflito armado. É de supor que tudo isso tenha algo a ver com o facto de que desde sempre esta seja uma das histórias que os leitores mais tenham valorizado.

Janeiro de 1976 – Aparece pela primeira vez uma aventura de Tex que não foi escrita por Gianluigi Bonelli. O número 183 nos oferece em “Caccia all’uomo” o labor de um novo argumentista que assina como Guido Nolitta, porém não é outro senão Sergio Bonelli em seus trabalhos como escritor. Durante quase dez anos, até à chegada de Claudio Nizzi,Nolitta terá o encarregue de dar algum descanso a seu pai – não devemos esquecer que pese a incrível capacidade de trabalho que demonstrou ao longo de toda a sua carreira, nesse momento contava com quase setenta anos–.

No momento de enfrentar o difícil desafio de ser a primeira pessoa a escrever Tex aparte o seu criador, Nolitta não era nenhum principiante: já havia demonstrado com acréscimo o seu talento criando grandes êxitos da editora como Zagor ou Mister No, séries de grande sucesso que continuam sendo publicadas ainda hoje, se bem que Mister No, somente em edições especiais devido ao cancelamento da série principal em finais de 2006. O Tex que escreve Nolitta não se afasta do modelo desenvolvido por seu pai; fazendo um símile cinematográfico, poderíamos dizer que se o Tex de Gianluigi Bonelli tinha um estilo equivalente ao dos grandes westerns clássicos de Ford ou Hanks, o que escreve Sergio estaria um pouco mais perto do chamado western crepuscular.

Esta primeira aventura de Nolitta está ilustrada por Fernando Fusco, um desenhador na altura recém-chegado à série e que se acabou convertendo em um dos que mais presenças tem na colecção. Fusco é um dos ilustradores que mais foi influenciado pelo modelo derivado do trabalho de Giovanni Ticci, algo que poderíamos aplicar a outros desenhadores como por exemplo Vincenzo Monti.

Agosto de 1976– No número 190 começa “El Muerto”, segunda história escrita porNolitta e uma das mais valorizadas pelos leitores em toda a vida de Tex Willer. El Muerto é um indivíduo de aspecto sinistro que manifesta ter voltado para se vingar de Tex e cuja ira padecem o jovem Kit e Jack Tigre. Tex e Tigre investigam quem é o dito indivíduo, para descobrirem que se trata de alguém do passado de Tex, que o acreditava, efectivamente, morto. A história foi desenhada por Galep, que se já não desprendia a vigorosa dinâmica dos seus primeiros anos na série, se encontrava no momento de máximo desenvolvimento de componentes expressivos no seu desenho.









CRONOLOGIA ESSENCIAL DE TEX - Década de 60

Outubro de 1961 – Os primeiros exemplares da série Navajo, apresentavam a história “Sangue Navajo” que implica a exploração de temáticas que teriam grande peso no decurso da série, ao menos durante toda a fase em queGianluigi Bonelli foi o seu escritor: as relações de Tex com as instituições militares e o seu posicionamento nos conflitos entre os Navajos e o homem branco. Nesta história, Tex terá que fazer frente a um demente coronel do exército, quando os viajantes de um comboio começam a disparar contra uns jovens índios, que correm pacificamente junto à via e estes respondem ao fogo, gerando um conflito de graves proporções. Mas para além da história propriamente dita o que o episódio põe em manifesto é, por um lado a conflituosa relação que Tex sempre manteve com o exército, e por outro, o facto de que quando imerso em conflitos como os descritos, sempre prevalece o seu papel como chefe dos Navajos frente a qualquer outro.

Não se pode dizer que a visão de Gianluigi Bonelli das instituições militares seja demasiado favorável, mostrando sempre uma forte crítica frente aos altos quadros militares. Curiosamente, tanto nesta história como em muitas outras, será a imprensa quem terá de se erigir em defensora da verdade, pese os riscos que isso implicava a quem realizasse esse labor.

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