quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Convívio Texiano (e Zagoriano) na Bairrada no dia 1 de Maio

Caros Texianos Amigos,

Venho por este meio informar-vos que no dia 1 de Maio de 2010, terça-feira, feriado nacional em Portugal, irá se realizar na Bairrada (depois de já se ter realizado em Vila Nova de Gaia, Braga, Lisboa e também na própria Bairrada) mais um Convívio Texiano, onde estarão presentes alguns dos maiores coleccionadores de Portugal assim como alguns dos maiores coleccionadores da Itália que já confirmaram a sua presença, uma vez que os próprios italianos ficam admirados com a paixão nutrida neste pequeno reduto, quais gauleses a defrontar os romanos com a mira do Tex!

Da ementa constará o famoso leitão assado à moda da Bairrada assim como do famoso espumante e teremos também muitos Tex’s a acompanhar… tudo isto em princípio acontecerá na Mealhada, mais precisamente no restaurante “Nova Casa dos Leitões” (www.novacasadosleitoes.com) situado a 7 km da saída da A1 (Mealhada), sentido Sul-Norte, e a 3 km (Norte) da Mealhada (IC1), no Peneireiro.

Devido ao facto do almoço ser na Bairrada, terra de José Carlos Francisco e Hernâni Portovedo, possuidores de duas fantásticas colecções, após a refeição haverá em casa de um deles ou mesmo dos dois, a continuação do Convívio, de modo a que se possa degustar com mais tempo e calma, o nosso ranger e tudo que diga respeito a tão fantástica personagem que caminha a passos largos para os sessenta anos de vida.

Devido à proximidade da data e ao facto de ser um dia feriado, onde há muita afluência aos restaurantes da região, peço desde já que se vão programando e quem desejar comparecer, que me informe por e-mail (josebenfica@hotmail.com) até ao dia 15 de Abril da certeza que possa vir. Recordo que podem vir acompanhados das famílias, já que nos encontros anteriores sempre tivemos familiares dos Texianos a acompanharem-nos nestes fantásticos convívios…

E por falar em encontros anteriores, aqui deixo algumas fotos do Convívio realizado no dia 6 de Janeiro de 2007, realizado no mesmo local:


(Para aproveitar a extensão completa das fotos acima clique nas mesmas)

Cordialmente me despeço na expectativa de rever brevemente muitos dos grandes Amigos que Tex me deu nesta vida, assim como de conhecer pessoalmente alguns outros!

José Carlos Pereira Francisco

P.S. - Vejam quem também já está vindo rumo a Portugal para participar deste Convívio…





Tex Gigante: Arizona em Chamas

Argumento de Claudio Nizzi, desenhos e capa de Víctor De La Fuente. Com o título originalFiamme sull’Arizona, a história foi publicada em Itália no Tex Albo Speciale nº 5 em 1992 e no Brasil pela Editora Globo em 1995.

Tentando dar-nos a conhecer os grandes temas e as linhas mestre que consagraram o western, Nizzi apresenta-nos, com Arizona em Chamas, uma aventura que tem como pano de fundo a questão da expansão da civilização nos Estados Unidos e a sua natural colisão com os direitos dos povos indígenas que sempre habitaram as terras mais inóspitas, nomeadamente os povos índios. Com o decorrer dos tempos, a verdade é que a civilização branca sentiu necessidade de se expandir para outras terras, sobretudo para oeste, o que foi colidir com os interesses dos povos que, desde há muito, ali se encontravam instalados, relegando-os para reservas feitas de acordo e há medida das conveniências dos interesses instalados em Washington.

O que Nizzi nos vem apresentar, em lugar de uma pura intriga política (que seria muito mais ambicioso), é, no fundo, uma aventura onde os vários interesses instalados se digladiam e desejam valer os seus intentos, a pura rivalidade entre duas raças e duas civilizações: de um lado, Washington a querer expandir a sua própria civilização e ideais; por outro lado, os índios que se mostram relutantes em deixar as suas terras e partir para outras a mando e contento dos brancos; no meio de ambos as facções, Tex e Carson a defenderem uma solução justa para a questão e ainda o Exército, na voz do capitão Carleton, que não receia pegar nas armas se necessário for para fazer valer os intentos de Washington.

O espanhol De La Fuente, desenhador relativamente bem conhecido no nosso país (através deMathai-Dor, Os Guerrilheiros e outras mini séries que foram publicadas na década de 80, nomeadamente no extinto e saudoso Jornal do Cuto), apresenta-nos uma aventura feita de traços finos e seguros, mas algo rebuscados, o que é aliás uma das características marcantes do seu estilo pessoal. Nota-se uma certa maturidade no autor, uma experiência de anos que nos surge na sua capacidade em apresentar cada personagem e cada plano na pose e postura correctas. De La Fuente apresenta-se aqui mais como um detalhista das personagens do que propriamente dos espaços e dos ambientes, mas nunca descurando estes. É curioso, e isto é uma opinião e um sentimento muito pessoal, que o seu desenho nos tenha conseguido transportar e reviver a época dos grandes clássicos, quer no estilo, quer no ritmo, quer ainda nas expressões utilizadas pelo autor em cada personagem.

Uma das características do Tex de De La Fuente é que o herói não nos parece ter sofrido qualquer influência deste ou daquele autor. A verdade é que, não raras vezes, vemos muitos desenhadores, mesmo consagrados, a remeter a figura do ranger para o estilo de um Ticci, de um Fusco ou de um Galleppini. Com De La Fuente, Tex é o seu Tex, a sua maneira muito pessoal de desenhar o ranger, um herói muito próprio, algo envelhecido ou mesmo rude, mas também muito clássico.

Texto de Mário João Marques





Collezione storica a colori, nº 2 - Mefisto, la spia

Tex nº 2 - MEFISTO, LA SPIA

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Arte de Claudio Villa


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YAMA

Da cartomante Myrian, Steve Dickart, aliás Mefisto, teve um filho de nome Blacky.
Através de uma esfera de cristal da mãe, este consegue falar com o pai, que está para morrer sepultado vivo num subterrâneo, e aceita em herança os enormes poderes que o velho necromante lhe transmite, em troca da promessa de vingá-lo.
A partir daquele momento, Blacky adopta o nome de Yama e inicia a perseguição a Tex Willer e seus pards, ora recorrendo à ajuda dos adeptos do voo doo, ora aliando-se com os descendentes dos Aztecas e dos Maias.
Não obstante o apoio das potências infernais, Yama não consegue levar a termo a sua missão, traindo as expectativas do fanático Mefisto.Repudiado pelo seu próprio pai, Blacky torna a viver com a mãe e juntos retomam a sua melancólica vida de saltimbancos.
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QUEM É YAMA

Devorado por um rancor implacável nos confrontos com Tex, que o derrotou várias vezes, o mago Mefisto, prestes a morrer, teve uma ideia: confiar ao seu filho Blacky “o inefável sabor da vingança”.O jovem aceita, assume o nome de Yama e tenta levar ao término a sua missão infernal. Mas, como diria alguém, não se deseja ser Satanás, nasce-se Satanás…

A ESTIRPE DO DIABO

Apesar do auxílio recebido do meu mundo e do precioso ensinamento obtido de seu pai, Yama ainda está muito longe de representar a centésima partedo poder do grande Mefisto!”. Este é o parecer de Aryman, grande e repelente morcego, personificação de um demónio infernal. É ele o ajudante que Steve Dickart, aliás Mefisto – obrigado a vagar numa espécie de limbo, na expectativa de cruzar o limiar do Inferno – decidiu em certo momento para ladear o filho Yama, depois dos seus repetidos falhanços, para ajudá-lo a vingar-se de Tex. A ajuda de Aryman parece mesmo necessária, dado que, por duas vezes, Águia da Noite, derrotou Blacky Dickart.

E pensar que, inicialmente Mefisto punha grandes esperanças no herdeiro: “As tuas mãos deverão empunhar a espada de prata do poder e os teus olhos estarão em condições de enxergar também nos mundos escuros onde vivem as sombras e as tuas orelhas poderão ouvir também as vozes que saem das profundezas dos abismos.”, havia anunciado o diabólico bruxo falando ao filho, através de uma esfera mágica, do subterrâneo onde ficou aprisionado: “Não haverá desejo que tu não possas realizar! Terás tudo que um homem pode querer, mas deverás antes de tudo empunhar a chama vermelha da vingança!”.

Blacky, depois de ter assistido á morte do pai separa-se da mãe Myrian, junto com a qual vivia numa miserável carroça ambulante, e, precisamente na Florida, recupera os livros secretos escondidos no castelo
em que Steve Dickart tinha sido devorado vivo pelos ratos. Em seguida, ao flanco de Loa (a sacerdotisa voo doo que já tinha sido cúmplice de Mefisto quando este se tinha aliado com o louco Barão Samedi), inicia um período de aprendizado nas artes mágicas, assumindo o nome de Yama, antigo deus hindu da morte. Também Loa tem uma vingança a cumprir: “
Se você tem um homem para vingar”, diz a Yama, “eu tenho muitos! Homens fortes e valorosos, homens que estavam fundando um grande reino, e seus ossos estão insepultos na selva por culpa de Tex Willer e seus miseráveis amigos!”.

Entre os quais, está Yampas, chefe dos Seminoles, de quem Loa tinha sido feita escrava depois da morte do pai, o bruxo Otami. Graças aos sortilégios do jovem Dickart, Loa consegue vingar-se, matando o chefe índio.
Agora toca ao Ranger, que porém está protegido, como estão Kit Willer, Kit Carson e Jack Tigre, por uma bracelete de prata feita pelo feiticeiro dos Navajos e ornamentada

por turquesas com a gravação de sinais mágicos postos para afugentar os espíritos malvados: assim, Blacky Dickart não pode atingir de longe.

Também Yama, mesmo quando ajudado pelas potências infernais e ainda que recorra a zumbis ou a adeptos do voo doo, não consegue levar a melhor sobre os quatro inimigos. Metido em apertos, é forçado a refugiar-se num veleiro que naufraga no mar no meio de uma tempestade. Blacky é salvo pelas potências infernais aliadas do pai e, chega a uma praia do Yucatan onde se alia com os descendentes do antigo povo Maya, admirados com os seus poderes. Mas também na selva tropical da América Central, onde Yama aconselhado por Mefisto, atrai Tex e seus pards, as coisas não mudam. É de novo derrotado e precipita-se numa impetuosa torrente subterrânea que o engole.

Um bando de morcegos enviado pelas forças demoníacas agarra-o e o leva a salvo para uma gruta. Mefisto, que sempre esteve à vontade para comunicar com os vivos, põe ao lado de Yama o já citado Aryman e lhe propõe novos planos de combate que prevêm uma aliança com os Aztecas de Serra Hermosa, também eles, velhos inimigos de Águia da Noite. Mas, uma vez mais, é tudo inútil. De fronte de cada ameaça sobrenatural, Tex e os seus amigos reagem como somente eles sabem fazer: a murro, golpes de Winchester e dinamite. O último round conclui-se com o abandono do ringda parte do filho de Mefisto, ao qual o mesmo pai impõe deitar a toalha ao chão: “O verdadeiro e teu únco inimigo foste tu próprio a agora não te resta mais do que chorar sobre as ruínas dos teus sonhos!”.

Os erros cometidos têm de ser pagos!”, disse Mefisto ao filho no término do último encontro com Tex.
Tu somente poderás encontrar novamente aliados no meu mundo quando muita areia tiver passado na grande ampulheta do tempo!”. Não é sabido como Blacky pode abandonar a gruta subterrânea debaixo do templo Maia onde estava enclausurado, mas sabemos qual foi o seu destino. A revelá-lo é o seu próprio pai, Steve Dickart, quando consegue retornar à Terra na primeira pessoa: “Meu filho desiludiu-me! Willer e seus cães sempre conseguiram derrotá-lo e depois do último confronto os nervos de Yama desabaram. Hoje Blacky sofre de uma terrível depressão que o fez retroceder em seus conhecimentos até esquecer tudo que lhe ensinei e enfim voltou a viver com a mãe e juntos retomaram a melancólica vida de saltimbancos.”.

Texto de José Carlos Francisco, baseado no fascículo nº 30 de “Il Mondo di Tex”, editado pela Hachette Fascicoli sob autorização da Sergio Bonelli Editore, em 18 de Novembro de 2006





Póster Tex Nuova Ristampa 41

Desenho de Claudio Villa, onde vemos Tex Willer prestes a ser atacado por dois bandidos mexicanos que se tinham emboscado nas rochas do Passo dos Lobos, para se vingarem de Tex e Kit Carson depois de terem sido repelidos, juntamente com mais três companheiros que acabaram morrendo, pelos rangers, quando atacavam um outro mexicano, Juan Ortega de seu nome, que acabou também falecendo apesar da intervenção dos pards.

Desenho usado no Brasil como capa de Tex Edição Histórica #38 e inspirado na história, “L’enigma dello scudiscio” de G. L. Bonelli e Galleppini com a colaboração de Virgilio Muzzi (Tex italiano #67).
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Texto de José Carlos Francisco






Collezione storica a colori, nº 1 - Il totem misterioso

Atendendo ao pedido/sugestão do Texiano italiano Angelo De Marco, em 23 de Março de 2007, aqui neste mesmo blogue (http://texwiller.blog.com/1631365/#cmts), damos início a uma nova secção… “Collezione storica a colori: I fumetti di Repubblica - L’Espressso“, que trará todas as capas (inéditas) de Claudio Villa feitas propositadamente para esta colecção que traz em grande formato num total de 50 volumes, a reedição das primeiras histórias clássicas de Tex Willer, totalmente a cores.

Tex nº 1 - IL TOTEM MISTERIOSO

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Arte de Gianluca Cestaro

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Tex Gigante: A Marca da Serpente

Argumento de Claudio Nizzi, desenhos e capa de Aurelio Galleppini.
Com o título original
Il segno del serpente, a história foi publicada em Itália no Tex Albo Speciale nº 3 em 1990 e no Brasil pela Editora Globo em 1993 e 1998.

Aquando de uma missão de patrulhamento numa zona fronteiriça com o México, um grupo de soldados depara-se com um estranho desenho – uma serpente de duas cabeças - e decide ir investigar, descobrindo as ruínas de uma antiga fortaleza. Ao regressarem ao forte para comunicarem a estranha ocorrência, deparam-se com um número infindável de serpentes, sendo todo o grupo morto, com excepção do soldado Morrison que consegue escapar, vindo a morrer mais tarde, não sem antes conseguir contar a ocorrência. A juntar aos recentes roubos que têm ocorrido em minas de cobre, o Coronel solicita a Tex e Carson que investiguem o que se passa, levando os rangers a uma aventura que mistura alquimia, bruxaria, subterrâneos, monges, mexicanos, índios e a busca da célebre pedra filosofal, com a sempre prestimosa ajuda do já célebre Bruxo Mouro.

Uma das características que deram celebridade a Tex foi esta capacidade de poder juntar no western o elemento religioso e sobrenatural, uma mistura de elementos estranhos ao meio ambiente do ranger. Nizzi, no fundo, homenageia o criador GL Bonelli, porque foi este que trouxe para a série toda esta panóplia de elementos estranhos, surreais e místicos. Por isso, não falta aventura, não falta uma certa inspiração clássica, um certo sabor de nostalgia que o verdadeiro texiano sempre acaba por sentir quando de repente se lembra que o grande GL Bonelli já não escreve mais para Tex.

Instintivamente, ou talvez não, a verdade é que esta Marca da Serpente foi ficando para o fim na minha lista de leituras de Tex Gigantes. Digo-o, não por qualquer motivo especial, apenas porque, de facto, ela é ilustrada por Galep. E Galep foi tão somente o criador gráfico do nosso herói, foi o ilustrador por excelência de Tex (mais de 15 mil páginas) e foi o autor de 400 capas. Por isso, o que não é de somenos, merece o meu sincero respeito, merece todo o nosso respeito.

Quando comecei a ler Tex, Galep era o meu ilustrador preferido, posteriormente descobri Ticci e Fusco, mas Galep permaneceu sempre como um mestre. Isso foi há cerca de vinte anos atrás. Hoje, com mais alguma modesta experiência, muito mais páginas lidas, muitos outros autores e obras conhecidas, a verdade é que descubro em Galep fraquezas que antes não via, traços rebuscados e anatomias físicas falhas de volume, por fim um estilo que serviu uma época, mas que hoje nunca poderia competir com um Villa, um Citiveli ou um Venturi.

Mas, Galep merece, repito-o, todo o nosso respeito a nossa mais profunda admiração. O seu desenho em A Marca da Serpente faz jus ao melhor Galep, nomeadamente os planos de conjunto, as paisagens ou mesmo algumas cenas nocturnas. Mas quando nos habituámos a ver o nosso ranger num traço vigoroso de Ticci, num certo cinismo de Fusco ou na rudeza de Ortiz, já não falando nos elegantes Villa, Citivelli ou Venturi, já não nos conseguimos habituar a ver Tex à semelhança de um Gary Cooper dos velhos filmes de Oeste, tal e qual Galep o imaginou e o moldou.

Gostamos sempre de reviver um velho clássico, mas a sensação é de que algo mudou, algo evoluiu e alguma coisa foi ficando no sabor do tempo que, entretanto, passou. A sensação desta Marca da Serpente é de uma certa nostalgia, um certo reviver dos tempos mais clássicos do herói, mas como em tudo, quando se muda para melhor, devemos considerar-nos felizes e, afinal, o nosso ranger está hoje melhor que nunca. Obrigado Sr. Gallep.

Texto de Mário João Marques














Arte de Fabio Civitelli

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