quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tex Série Normal: A Longa Caminhada

Argumento de Mauro Boselli, desenhos de Guglielmo Letteri e capas de Claudio Villa. Com o título original La lunga pista,a história foi publicada em Itália nos nº 473 e 474 e no Brasil pela Mythos Editora nos nº 388 a 390.

Tex encontra-se no encalço de um misterioso cowboy que seduziu Toyah, uma jovem navajo, e matou o irmão desta, Gadhay. Em pleno deserto, Tex é também alvo de um ataque deste cowboy, que o deixa sem cavalo e sem mantimentos debaixo do sol escaldante.

Mesmo assim, Tex consegue caminhar e, ao fim de dois dias, chega até a um pequeno rancho onde conhece Rose Clampett, uma viúva que vive sozinha e cujo marido foi assassinado em circunstâncias nunca completamente esclarecidas. O rancho fica perto da pequena cidade de Faust, onde os homens do rico fazendeiro Sam Brackett mandam a seu belo prazer, chefiados por Indigo Jones, personagem fria e prepotente. Tex, sabendo que o misterioso cowboy que persegue encontra-se escondido num dos ranchos das redondezas, acaba por se instalar na casa de Rose e aceita ajudar Nat Merrick, um jovem advogado que a cidade contratou para xerife e para fazer frente aos homens de Sam Brackett.

O argumento de Boselli é rico em factos, denso nas suas personagens e mantém a atenção do leitor praticamente até à última página. Vamos por partes. Quando a aventura começa, já a sua sustentação, se quisermos alguma da sua base, vem detrás, porque se a primeira imagem que nos é oferecida mostra um Tex em pleno deserto, vamos saber mais tarde que afinal o ranger está no encalço de um misterioso cowboy que matou um navajo e, com isso, provocou a morte da irmã deste.

Apesar de Boselli ter preferido iniciar a aventura numa fase posterior, integrando estes acontecimentos mais tarde na narrativa, o argumento é mesmo assim rico em factos. Não porque estejamos em presença de mais uma aventura onde um rico fazendeiro dá total liberdade ao seu capataz para espalhar a sua autoridade de modo prepotente, mas porque em redor disso, encontra-se um jovem advogado contratado para xerife e que, em pleno oeste, pretende fazer vincar a lei dos tribunais em detrimento da lei do colt e do chumbo.

Por aqui começa Boselli a construir uma galeria de personagens interessante, contrapondo o xerife Nat ao arrogante Indigo, assim como Tex a Sam Brackett. O ranger não tem a habitual ajuda dos outros pards, encontrando-se confinado apenas ao seu saber, à sua intuição, até porque na própria cidade de Faust ninguém ousa erguer a mão contra Brackett e Indigo, com a honrosa excepção dos homens de Stanley Dance, dono de um rancho vizinho que também se opõe a Brackett. É neste relacionamento entre personagens e na própria investigação de Tex que reside o interesse da aventura. No fundo, Boselli é um clássico e a sua arte está no modo e na forma como, congregando os elementos do western, os sabe adaptar convincentemente.

Letteri desenhou décadas para Tex e só a sua recente morte veio terminar uma colaboração que se confunde com a própria essência da série. Por aqu, estamos falados e, indubitavelmente, Letteri deixou a sua marca, deixou o seu legítimo testemunho, a sua vida ao serviço do ranger. Apesar disso, apesar também da extensa legião de admiradores que soube conquistar e congregar em volta do seu trabalho, honroso e meritório, para mim guardo gratas recordações mais pela galeria de personagens que compôs (com El Morisco no topo) ou por certos ambientes recriados (os mexicanos ou os de magia e horror, por exemplo), do que propriamente pela qualidade do seu traço ou pelo desenvolvimento empreendido às aventuras.

Expliquemo-nos: apesar do seu traço limpo e polido, Letteri nunca foi um desenhador de estilo dinâmico ou alguém cujas páginas respirassem a poeira do oeste. Letteri foi sempre um competente desenhador, que soube criar o seu próprio modelo para Tex (por mim apreciado), mas cujas páginas nunca souberam transpor verdadeiramente a aura do western. Letteri permaneceu sempre como um desenhador datado que, a meu ver, nunca evoluiu, desenhando sempre da mesma forma, transpondo sempre os mesmos cenários, os mesmos ângulos, as mesmas sequências. Com o passar dos anos, com uma certa ausência de rigor no seu fino traço (que afinal era uma das suas qualidades), o resultado acaba por revelar-se frouxo e inconsequente, acabando por denotar um trabalho final de fraca qualidade. Corro o risco de parecer injusto e ir ao arrepio de muitos texianos, mas esta é apenas a minha opinião.

Uma última palavra para a excelência das capas de Villa, nomeadamente a de Tex caminhando em pleno deserto, que já se tornou num ícone da série.

Texto de Mário João Marques




Póster Tex Nuova Ristampa 36

Claudio Villa mostra-nos neste desenho, Tex Willer depois de três dias de viagem, chegando finalmente aos pastos do rancho Barra T, onde o esperava um triste cenário… vislumbra, ainda fumegando, o rancho totalmente destruído (só a chaminé de pedra resistiu) devido a um incêndio cometido pelo inescrupuloso Redmond e restantes chacais do bando de Brawley, incêndio que também originou a morte de Li-Wang.

Desenho usado no Brasil como capa de Tex Edição Histórica #10 e inspirado na história, “Avventura nell’Utah” de G. L. Bonelli e Galleppini (Tex italiano #15 e 16).
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Texto de José Carlos Francisco


Arte de Gianluca Cestaro


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Tex Série Normal: O Tesouro de Santa Cruz

Argumento de G.L. Bonelli, desenhos de Giovanni Ticci e capas de Aurelio Galleppini. Com o título original Santa Cruz, a história foi publicada em Itália nos nº 215 a 217 e no Brasil pela Editora Vecchi nos nº 143 e 144.

Tex e Carson chegam ao povoado de San Domingo, onde o padre Marcos os acolhe, apesar da extrema pobreza que por ali reina. Durante o jantar, o padre pede aos dois rangers que tentem encontrar o padre Matias que, há um ano atrás, acompanhado de dois pastores mexicanos, partira do povoado em busca do lendário tesouro de Santa Cruz, não tendo nunca mais regressado nem dado notícias.

G.L.Bonelli, para além de muitas outras qualidades, conseguia emprestar às aventuras de Tex características que não eram parte obrigatória no âmbito do western. Aventuras com cariz fantástico ou místico, aventuras com feiticeiros e bruxos, aventuras em redor de tesouros lendários, aventuras na selva, tudo isso contribuiu para um sucesso ímpar que a série ainda hoje desfruta e cuja ausência poderá estar na base de uma actual perda de fôlego roteirística.

Em O Tesouro de Santa Cruz, Bonelli parece utilizar com êxito algumas das características acima, uma vez que, tendo um tesouro como pano de fundo, o autor italiano faz uso de pinceladas de elementos fantásticos para conferir à aventura um suspense que perdura ao longo de todas as páginas. Esta aura de sobrenatural funciona aqui mais como um artifício utilizado por Bonelli do que propriamente algo vivido pelo ranger. Para além disso, Bonelli situa todo o argumento num teatro propício, a fronteira entre os Estados Unidos e o México, com contrabandistas e bandidos mexicanos e, pelo meio, uma congregação religiosa.

Por aqui, mas não só, residia toda uma qualidade que Bonelli sempre soube planear na sua escrita. Não bastava construir algo que prendesse o leitor, era também necessário ambientar convenientemente toda a sua imaginação. Nesta aventura, Tex e Carson não estão ao serviço dos rangers, os dois pards surgem-nos mais como justiceiros isolados. Ambos chegam a um povoado e, ao escutarem uma história que lhes é relatada, resolvem agir e atender ao pedido que lhes é feito. Tex e Carson assumem o seu ideal de justiça, assumem que existem causas pelas quais há que lutar. Bonelli também explorou esta ideia através de inúmeras aventuras.

Aliás, toda a obra texiana perfila-se em redor destes ideais de justiça e de honra. Bonelli consegue então congregar na mesma aventura duas características ímpares em Tex: por um lado, determinados valores e um certo código de conduta e, por outro lado, todo um ambiente perfeitamente vincado e convincente. Por isso, O Tesouro da Santa Cruz é para nós um perfeito exemplo da arte bonelliana de tão bem apresentar e sobretudo desenvolver uma grande aventura. As personagens, tal como as situações, surgem-nos perfeitamente espaçadas e delineadas dentro da trama principal do argumento. Os vários cenários tal como as diversas personagens vão entrando em cena como um actor entra num palco. Por exemplo, a investigação de Tex e Carson leva-os numa primeira fase a descobrir o padre Matias morto e posteriormente Bonelli vai preparar a entrada em cena daqueles que o assassinaram, os irmãos Cardenas, primeiro Pepe e só mais tarde José.

O autor pode utilizar artifícios, pode eventualmente conduzir o herói por caminhos exteriores à trama, mas no final é salutar reparar que afinal tudo se une e que todos esses fios soltos pertenciam à mesma meada, tudo se interligando em perfeita simbiose. Finalmente, a figura do ranger. Com Bonelli Tex é seguro de si, é consistente, é implacável e não recua diante de nada. Outra característica que Bonelli explorou exaustivamente com êxito, quando comparado com o caminho que o Tex actual tem vindo a trilhar.

O desenho de Ticci, mais uma vez no melhor da sua forma, adapta-se e enquadra-se perfeitamente neste espírito e neste ambiente bonelliano. O desenho ticciano não só é de uma imponência notável, mas todo ele respira oeste, todo ele respira poeira, todo ele cheira a pólvora.
As personagens ticcianas são verdadeiramente maniqueístas, porque é fácil para o leitor distinguir as que estão com a lei e as que estão fora da lei. O seu traço é de tal modo vigoroso e vincado que consegue expor com uma realeza assombrosa o ambiente do velho oeste, o ambiente dos velhos clássicos de Hollywood protagonizados pelo imponente John Wayne. Porque o Tex ticciano goza dessa especial característica, o ser imponente, deixar-nos sem fôlego, deixar-nos mesmo sem margem de manobra perante a leitura. O desenho de Ticci não permite que o leitor refreie, não permite que façamos uma pausa (mesmo curta) na leitura. O desenho de Ticci como que obriga o leitor a ir sempre mais além, caminhar até ao desenlace final sem pestanejar. Se o Tex de Ticci serviu de referência e de modelo a uma plenitude de desenhadores, foi também porque o autor genovês soube captar na perfeição a personalidade e o carisma que Bonelli idealizou para o ranger.

Texto de Mário João Marques



O princípio!

Por Sérgio Sousa[1]

Final dos anos setenta, miúdo com onze ou doze anos, muito reservado, com poucos amigos devido ao meu comportamento, vivia numa aldeia nas proximidades de Aljustrel, do distrito de Beja.

Ao contrário dos outros miúdos da mesma idade, eu gostava de ler, mentira; Eu adorava ler. Graças a um tio meu que tinha muitas revistas de BD, eu tinha acesso a uma grande variedade de títulos que eram publicados naquela altura. Eram bons tempos para os aficionados de BD, lembro-me com muita saudade de ir a qualquer papelaria e encontrar as prateleiras cheias, actualmente torna-se missão impossível encontrarmos todos os títulos que queremos no mesmo local, só com muito esforço e dedicação se consegue completar as colecções.
Lia tudo o que apanhava, Mundo de Aventuras, O Falcão, Condor, Aventuras do FBI, O Xerife, e tantos outros. Tal como muitos leitores se lembram, nestas idades faziam-se trocas de revistas, empréstimos, emprestava-se um lote de revistas a outro miúdo e em troca ele emprestava-nos um lote de revistas dele, que depois de lidas eram devolvidas, foi assim que tive o meu primeiro contacto com Tex.

Um dia, pego num lote de revistas e empresto a um rapaz três ou quatro anos mais velho do que eu, ele mostra-me as revistas que possuía para escolher e lá estava:

Aquela revista destacava-se; Não enquadrava em nenhum dos formatos que eu conhecia, pouco maior que o formato do Falcão e muito menor que o formato do Mundo de Aventuras e com muito mais páginas. Chamou-me imediatamente à atenção, cheio de curiosidade folheei avidamente a revista ignorando completamente as restantes, fiquei fascinado com os desenhos, muito fotográficos mas com uma enorme sensação de movimento, quase cinematográficos, é assim que defino os desenhos do mestre Ticci, para mim, o ainda melhor desenhador de Tex, apesar de já estar em declínio.


Li e reli a revista com enorme prazer, apreciando cada prancha e também o argumento de G.L. Bonelli, argumento fantástico, cheio de acção e movimento, ainda hoje umas das histórias que mais aprecio, não sei se pela qualidade, se por ter sido a primeira. É verdade que esta primeira leitura influenciou o meu gosto, naquelas que eu considero as melhores histórias está quase sempre o traço de Ticci, saliento: “Flechas pretas assassinas”, “A noite dos assassinos”, “Terra prometida” e “O solitário do oeste” entre outras. A história chamava-se: “Assalto ao trem”, o nº 71 da 1ª edição. A partir deste dia cresceu uma enorme vontade de mais e mais, esta sensação é semelhante à fome, uma vez satisfeita apenas acalma temporariamente, pois volta sempre.

Apesar de procurar em todas as papelarias que conhecia, não conseguia encontrar nenhum exemplar e procurei de uma forma obsessiva, sem baixar os braços, por longos meses, duas a três vezes por semana lá ia eu a todas as papelarias, revoltando tudo sem nada encontrar.


Numa das minhas buscas, nada diferente das anteriores lá estava – finalmente! Já tinha imaginado que a colecção não era mais publicada. Comprei imediatamente a revista, o Nº 100 “
Aventura em Utah”, custou-me então trinta escudos, quase a totalidade que os meus pais me davam para toda a semana. É incrível a quantidade de detalhes que a memória consegue armazenar quando o assunto nos interessa. Sei o que custa ter de memorizar matérias para fins escolares e passados alguns dias já não me lembrar de nada. No entanto recordo-me perfeitamente destes pormenores, sem ter feito esforço nenhum para tal. Comecei então a minha colecção com o Nº 100 da 1ª edição, seguidamente adquiri o Nº32 da 2ª edição. Sempre com grande ansiedade me dirigia ás papelarias, duas ou três vezes por semana, a maior parte das vezes frustrado, ou por não encontrar nenhum exemplar, ou pior, porque comprava um exemplar e reparava que já tinham saído alguns números antes e eu não os tinha apanhado.

Durante todos estes anos na procura de completar toda a colecção, lembro-me das boas compras, compras de exemplares antigos em quiosques onde se comprava e trocava revistas em 2ª mão ou papelarias.

Um dia em 1985, num “furo” das aulas, passeava com um grupo de amigos por uma zona habitacional de Beja, passei junto a uma montra de uma papelaria que se encontrava fechada e no interior estavam cinco exemplares da 1ª edição: Números 25, 29, 30, 31 e 40, ao preço de 15 escudos cada um. Que achado! Não podia perder a oportunidade mas estava fechado. Não tinha nenhuma placa com horário, férias ou qualquer outra indicação. Bolas! O que fazer! Não me restou outra coisa a fazer senão passar todos os dias à espera que um dia a papelaria estivesse aberta. Passados alguns dias a minha persistência obteve resultados, consegui cinco exemplares da 1ª edição em estado quase novo, a menos de metade do preço que era praticado na altura. Só passados alguns anos no Barreiro, num quiosque de venda e troca de BD de segunda mão, que eu costumava frequentar para completar as minhas colecções, que eram várias além de Tex, me surge outra oportunidade como esta. Nunca tinha encontrado nesse quiosque, um único exemplar de Tex antes deste dia, de modo que não estava à espera do que encontrei lá:

O dono do quiosque tinha comprado uma colecção havia dois ou três dias, apesar de já terem sido vendidos alguns exemplares, ainda consegui comprar quase duas dezenas, foi a minha maior compra.


Actualmente com 39 anos, colecciono tudo o que é publicado no Brasil de Tex, Zagor e Mister No. Se juntar as duas edições de Tex, possuo quase toda a colecção e tenciono completá-las. Às duas edições. Passados todos estes anos continuo a ter enorme prazer na leitura das histórias e deliciar-me com os maravilhosos desenhos de Ticci, Repetto, Vila, irmãos Cestaro, Della Monica entre outros. Por vezes pergunto-me porquê! Não consigo responder. No entanto já compreendi que existem muitos iguais a mim, basta ir ao Portal Tex Brasil para o confirmar. Esta minha história deve ser semelhante a muitos outros coleccionadores de Tex, pessoas da minha geração que continuam apreciar a BD como arte que é, e que devido às novas tecnologias como forma de entretenimento, têm tido uma vida editorial bastante difícil nas últimas décadas.

Longa vida a Tex, às publicações Bonelli e à BD em geral. Espero que a Mythos continue com o bom trabalho e que o número de leitores continue a aumentar para que eu e outros leitores continuem um passatempo, saudável e pedagógico para todas idades: Ler e coleccionar BD.


[1] Coleccionador de Tex desde 1980.



Póster Tex Nuova Ristampa 35

Neste desenho de Claudio Villa, vemos Tex Willer, chegado de Silver Bell, libertando Kit Carson, que estava amarrado a um poste de madeira no rancho Coronado, depois de ter sido agredido por Gonzales, devido a este ter confundido o velho Carson com um bandido do bando de Matt Rand.

Desenho usado no Brasil como capa de Tex Edição Histórica #33 e inspirado na história, “Missione a Silver Bell” de G. L. Bonelli e Galleppini com a colaboração de Virgilio Muzzi(Tex italiano #56).
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Texto de José Carlos Francisco



Fabio Civitelli: A Bibliografia

Apresentamos aqui no blogue do Tex, toda a extensa e completaBibliografia de Fabio Civitelli, em mais um exclusivo na Internet mundial!

Bibliografia de Fabio Civitelli


1973

Fábio Civitelli inicia a sua carreira profissional colaborando com o Estúdio Origa de Milão.

1974
Le avventure di Lady Dust
Edições C. R. (Milão)

Nº 1 (Abril) Sesso calibro 69

(argumento de autor não referido)

Nº 2 (Maio) Per amore, lussuria e tritolo

(argumento de autor não referido)

Nº 3 (Junho) Sexy da morire

(argumento de autor não referido)

Nº 4 (Julho) Per morire in pieno orgasmo

(argumento de autor não referido)

Nota – Civitelli desenha ainda um quinto episódio, jamais publicado.

1975
Lo Scheletro

Edições Edifumetto (Milão)

Nº 1 (Janeiro) Il professor Ameba

(argumento de autor não referido)

I sanguinari

Edições Edifumetto (Milão)

Nº 4 (Abril) Un gran bel cadavere

(argumento de autor não referido)

Nota – Civitelli desenha somente as primeiras 10 páginas deste álbum.

I notturni

Edições Edifumetto (Milão)

Nº 5 (Maio) Il signore dell’incubo

(argumento de autor não referido)

Nº 10 (Outubro) Una strega per l’arcivescovo

(argumento de autor não referido)

Zanna Bianca

Editado por Livia Benincasa (Roma)

Nº 1 (Maio) L’incontro

(argumento de Graziano Origa, Marcello Casco e Mario Carnevali)

Nº 2 (Maio) Rapimento!

(argumento de Marcello Casco e Mario Carnevali)

Nº 3 (Junho) L’algerino

(argumento de Marcello Casco)

Karatex

Edições Mira (Milão)

Nº 1 (Outubro) La morte nella mano

(argumento de Graziano Origa, Rocco Molinari e Attilio Mazzanti)

Nº 2 (Outubro) Gli spietati

(argumento de Attilio Mazzanti)

Nº 3 (Novembro) Un bivio una croce

(argumento de Attilio Mazzanti)

Nº 4 (Novembro) Oro e sangue

(argumento de Attilio Mazzanti)

Nº 5 (Dezembro) Avock l’implacabile

(argumento de Attilio Mazzanti)

Nº 6 (Dezembro) Morte di Karatex

(argumento de Attilio Mazzanti)


1976
Il vampiro

Edições Edifumetto (Milão)

Nº 16 (Abril) L’incubo vivente

(argumento de autor não referido)

I notturni

Edições Edifumetto (Milão)

Nº 6 (Dezembro) King Kong

(argumento de Pier Carpi)

Super Eroica

Edições Dardo (Milão)

Nº 248 (Fevereiro) Il prezzo dell’onore)

(argumento de autor não referido)

Terror

Edições Ediperiodici (Milão)

Nº 86 (Dezembro) Il segreto di King Kong

(argumento de autor não referido)


1977
Furia

Edições Cenisio (Milão)

Nº 9 (Maio) Il tesoro dei karok!

(argumento do Staff da IF)

Zordon

Edições Ediperiodici (Milão)

Nº 43 (Janeiro) Globi di fuoco

(argumento de autor não referido)

Nº 44 (Janeiro) Echi dall’infinito

(argumento de autor não referido)

Nº 45 (Fevereiro) Il pianeta morto

(argumento de autor não referido)

Nº 46 (Fevereiro) Orbita perpetua

(argumento de autor não referido)

Nº 47 (Março) Contagio interplanetario

(argumento de autor não referido)

Nº 48 (Março) Straniero sulla terra

(argumento de autor não referido)

Nº 49 (Março) Punto zero

(argumento de autor não referido)

Nota – No número 49, Civitelli desenha somente a primeira página: o álbum foi ultimado pelo titular gráfico da série, Bruno Marraffa.

Corrier Boy

Edições Rizzoli (Milão)

Nº 24 (Junho) Dedicato a Hitchcock: L’amico dell’uomo

(argumento de autor não referido)

Nota – Na circunstância Civitelli adopta pela primeira vez o pseudónimo Pablo De Almaviva

Il Monello

Edições Universo (Milão)

Nº 39 (Setembro) Furto alla Chemical Inc.

(argumento de autor não referido)


1978
Corrier Boy

Edições Rizzoli (Milão)

Nº 3 (Janeiro) Dellito di stato

(argumento de Nicos)

Bliz

Edições Universo (Milão)

Nº 2 (Janeiro) Whisky & soda com cadavere.

(argumento de autor não referido)

Nº 5 (Fevereiro) Psyco storia: La conferma.

(argumento de autor não referido)

Nº 7 (Fevereiro) Afrika.

(argumento de autor não referido)

Nº 21 (Maio) Appuntamento com il delitto.

(argumento de autor não referido)

Nº 24 (Junho) Un miliardario per Ketty.

(argumento de autor não referido)

Nº 25 (Junho) Un killer non muore mai.

(argumento de autor não referido)

Nº 35 (Setembro) Bianche vele.

(argumento de autor não referido)

Intrepido

Edições Universo (Milão)

Nº 15 (Abril) Tutto per Eddie.

(argumento de autor não referido)

Nº 23 (Junho) La grande occasione.

(argumento de autor não referido)

SuperGulp!

Edições Mondadori (Milão)

Nº 10 (Julho) Faccia a faccia com il Dottor Destino

(argumento de autor não referido)

Nº 19 (Setembro) L’Uomo Ragno

(argumento de autor não referido)

Nº 20 (Outubro) L’Uomo Ragno

(argumento de autor não referido)

Nº 25 (Novembro) Il ritorno dell’Uomo Talpa

(argumento de autor não referido)

Nº 31 (Dezembro) Fantastici 4: La grande alleanza

(argumento de autor não referido)


1979

Civitelli deixa o Estúdio Origa e trabalha directamente para o semanário Bliz, desenhando a série intitulada Doctor Salomon, sua última produção antes da entrada na editora Bonelli (na época denominada Editora Cepim), acontecida neste mesmo ano de 1979.

Bliz

Edições Universo (Milão)

Nº 27 (Julho) Doctor Salomon

(argumento de Silverio Pisu)

Nº 29 (Julho) Doctor Salomon

(argumento de Silverio Pisu)

Nº 32 (Agosto) Doctor Salomon

(argumento de Silverio Pisu)

Nº 34 (Agosto) Doctor Salomon

(argumento de Silverio Pisu)

Nº 36 (Setembro) Doctor Salomon

(argumento de Silverio Pisu)

Nº 38 (Setembro) Doctor Salomon

(argumento de Silverio Pisu)

Nº 39 (Setembro) Doctor Salomon

(argumento de Silverio Pisu)

Nº 42 (Outubro) Doctor Salomon

(argumento de Silverio Pisu)

Nº 43 (Outubro) Doctor Salomon

(argumento de Silverio Pisu)

Nº 48 (Outubro) Doctor Salomon

(argumento de Silverio Pisu)


1980
Mister No

Edições Cepim (Milão)

Nº 65-67 (Outubro/Dezembro) I mercenari

(argumento de Alfredo Castelli)

1982
Mister No

Edições Cepim (Milão)

Nº 80-84 (Janeiro/Maio) Fuga impossibile

(argumento de Claudio Nizzi)

Nº 90-92 (Novembro/Janeiro 1983) Corsa verso la morte

(argumento de Tiziano Sclavi)


1983
Mister No
Edições Cepim (Milão)
Nº 93-94 (Fevereiro/Março) Incontri pericolosi
(argumento de Ennio Missaglia)
Nº 98-99 (Julho/Agosto) I resuscitati
(argumento de Alfredo Castelli)
Orient Express
Edições L’Isola Trovata (Bolonha)
Nº 15 (Outubro) Pomeriggio cubano
(argumento de Giuseppe Ferrandino)

1984
Mister No

Edições Cepim (Milão)

Nº 107-108 (Abril/Maio) UFO

(argumento de Tiziano Sclavi)


1985

Tex
Edições Daim Press (Milão)

Nº 293-295 (Março/Maio) I due killers

(argumento de Claudio Nizzi)

Giungla!

Edições Nerbini (Florença)

Nº 2 (Junho) L’avana, serenata cubana

(argumento de Giuseppe Ferrandino)


1986
Tex
Edições Daim Press (Milão)

Nº 304-307 (Fevereiro/Maio) Omicidio a Corpus Christi

(argumento de Claudio Nizzi)


1987
Tex
Edições Daim Press (Milão)

Nº 319-321 (Maio/Julho) Pista di morte

(argumento de Gianluigi Bonelli)

Nº 323 (Setembro) La città corrotta

(argumento de Gianluigi Bonelli)


1989
Tex

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Nº 346-349 (Agosto/Novembro) Gli spiriti della notte

(argumento de Claudio Nizzi)


1991
Tex

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Nº 367-369 (Maio/Julho) Agguato nella miniera

(argumento de Claudio Nizzi)


1993
Tex

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Nº 393-395 (Julho/Setembro) Intrigo a Santa Fe

(argumento de Claudio Nizzi)


1994
Collana Almanacchi

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Almanacco dell’Avventura 1994 Mister No: Capitan Vendetta

(argumento de Mauro Boselli)


1995
Tex

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Nº 414-416 (Abril/Junho) Missione a Boston

(argumento de Claudio Nizzi)


1997
Tex

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Nº 443-445 (Setembro/Novembro) Il ritorno della Tigre Nera

(argumento de Claudio Nizzi)


1998
Specchio

Editora La Stampa (Milão)

Nº 119 (Maio) Tex: Il duello

(argumento de Fabio Civitelli e Claudio Nizzi)


2000
Tex

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Nº 475-477 (Março/Maio) Il presagio

(argumento de Fabio Civitelli e Claudio Nizzi)


2001
Tex

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Nº 493 (Novembro) La morte nera

(argumento de Claudio Nizzi)


2003

Tex

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Nº 511-512 (Abril/Maio) Ritorno a Culver City

(argumento de Claudio Nizzi)


2004
Il riposo del guerriero. Gli eroi bonelliani revisitati dai loro autori sotto il segno dell’ironia

Edições Hazard (Milão)

Tex: Segnali di fumo

(argumento de Claudio Nizzi)

Nota – Página auto conclusiva de carácter humorística.


2005
Collana Almanacchi

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Almanacco dell West 2005 Tex: Il fuggitivo

(argumento de Claudio Nizzi)

Nota – Na circunstância Civitelli coadjuva nos desenhos de Rossano Rossi

Tex

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Nº 536-537 (Junho/Julho) Tumak l’inesorabile

(argumento de Fabio Civitelli e Claudio Nizzi)

2006
Tex

Sergio Bonelli Editore (Milão)

Nº 554-555 (Dezembro/Janeiro 2007) La banda dei tre

(argumento de Claudio Nizzi)

Pesquisa de José Carlos Francisco baseada no livro catálogo Il West secondo Civitelli Le tavole per Tex Willer








Fabio Civitelli: A Biografia

Fabio Civitelli

Fabio Civitelli, desenhador italiano de banda desenhada, nasceu na província de Arezzo, mais propriamente em Lucignano, a 9 de Abril de 1955 e o seu nome está ligado há já muitos anos à personagem Tex Willer.

O seu estilo é caracterizado por um grande cuidado nos mínimos detalhes e por um hábil uso do preto e branco e do extremo asseio do seu traço.

A sua versão de Tex, uma das mais apreciadas pelos leitores da série Bonelli, respeita a tradição, mas é ao mesmo tempo moderna e cativante.

Entre as suas influências principais, como ele mesmo confessou, estão autores da editora americana Marvel e da italiana Bonelli e também Alex Raymond, grande desenhador norte-americano dos anos quarenta e cinquenta, criador de Flash Gordon entre outras personagens.

Uma outra característica de relevo do desenhador, é a habilidade de reproduzir rostos de actores e actrizes famosos, que insere com uma certa frequência nas suas pranchas para interpretar várias personagens secundárias.

Carreira

O primeiro trabalho de Civitelli no âmbito da banda desenhada ocorre em 1974, foi “Lady Dust” para o estúdio de Graziano Origa, publicado pela Edifumetto, que publicava predominantemente banda desenhada pornográfica. Num período particularmente activo para o mercado da banda desenhada italiana, dado o proliferar nos anos setenta, de publicações nos quiosques italianos, colabora também para a Editoriale Dardo e para a Ediperiodici (também especializada predominantemente em banda desenhada de cariz pornográfica e que mais recentemente publicou alguns “mangás”).

Para a Editora Universo desenhou em 1977 para as revistas Il Monello e L’Intrepido. Nesse período utiliza o pseudónimo Pablo de Almaviva, à causa do qual Sergio Bonelli o inculpa de ter retardado o seu ingresso na sua editora porque não conseguia perceber quem era esse desenhador que tanto apreciava.
Em 1979 o seu desenho está nas páginas de Bliz, para a mesma editora Universo, com a personagem Doctor Salomon.

Ainda em 1979 teve uma breve experiência com as personagens Marvel, desenhando histórias do Homem-Aranha e do Quarteto Fantástico, produzidas na Itália, para a revista SuperGulp!, da Arnoldo Mondadori Editore.

1979 é também o ano da viragem na sua carreira: em Outubro é efectivamente apresentado, embora quase casualmente a Sergio Bonelli, que o recruta imediatamente.

Inicialmente trabalha em “Mister No” para o qual realiza uma mão-cheia de histórias (publicadas entre Outubro de 1980 e Maio de 1984). À personagem retorna somente em 1994, desenhando uma história para a série “Almanacco dell’Avventura”.

Desenha também a história “Pomeriggio cubano” com texto de Giuseppe Ferrandino em 1983, para a revista “Orient Express”, para a Isola Trovata, de Bolonha, um dos mais interessantes ensaios de revista de conteúdo que procurava conjugar a banda desenhada de autor com a popular.

A verdadeira afirmação acontece em 1984, quando é chamado a desenhar Tex, personagem na qual trabalha até hoje e em qual deixou o seu cunho. As suas primeiras páginas aparecem no ano seguinte, no número 293, intitulado “I due killer”, com argumento de Claudio Nizzi.


À sua obra em Tex, foi dedicada na Itália, uma exposição itinerante em 2005, com um rico livro catálogo editado pela editora Little Nemo.

Texto de José Carlos Francisco baseado no livro catálogo Il West secondo Civitelli Le tavole per Tex Willer


Arte de Fabio Civitelli


(Para aproveitar a extensão completa do desenho clique no mesmo)



Sui sentieri Europei con Tex ed i suoi padri !

Europa, Ottobre 2006
Map 24 è un sito interessante per chi viaggia in auto. Descrive l’itinerario da seguire passo passo, da un qualunque indirizzo nel mondo sino a quello di destino. Giusto, basta che l’indirizzo finale non si trovi nel centro di Milano. Già, perché lì non c’è tecnologia che resista al traffico caotico della città Italiana, dove non esistono vigili urbani e il semaforo sembra una decorazione natalizia.

Ma per tre pards abituati a cavalcare in innumerevoli praterie e con l’aiuto del quarto pard che inviava segnali di fumo attraverso il cellulare, l’arrivo all’Hotel Washington, nostro punto d’arrivo, non è stato un compito impossibile. Eravamo tutti molto ansiosi. Nessuno di noi era un marinaio al primo viaggio alla Sergio Bonelli Editore, ma una tra noi era mozzo, accompagnato da due nostromi già avvezzi.

Parcheggiare l’auto davanti all’Hotel è stata un’altra avventura. Dopo esserci fermati in un posto sbagliato, abbiamo scoperto che tutto sommato non ci eravamo sbagliati: a Milano è normale parcheggiare (e perfino guidare !) sui marciapiedi. In Italia, così come gli Italiani, abbiamo lasciato l’auto ferma e abbiamo percorso a piedi (già, perché dopo tutta l’esperienza che abbiamo trascorso quell’auto si sarebbe mossa di lì solo il giorno della partenza) i pochi edifici che ci separavano dal mitico numero 38 della Via Michelangelo Buonarroti.

Durante il tragitto abbiamo ricordato il nostro percorso fino lì: ci eravamo incontrati quattro giorni prima in Olanda, dove risiede la texana Brasiliana, Fernanda Martins. Dal Portogallo è arrivato José Carlos Pereira Francisco, rappresentante della Mythos Editora in questo bel Paese affacciato sull’oceano e un giorno dopo, dal Brasile, è arrivato Dorival Vitor Lopes, editore di Tex, Zagor e degli altri titoli bonelliani.

Questi ultimi due sono riusciti miracolosamente ad attraversare le tentazioni (Free-shops, bar ed altre ancora…) di uno dei maggiori aeroporti europei, lo Schiphol, e fare la loro via crucis sino ai bagagli, uscendo intatto dalle porte automatiche che danno accesso alla sala d’attesa dell’aeroporto.

La nostra avventura texana è cominciata proprio lì, nei Paesi Bassi, in una visita ad una fiera dei fumetti, dove case editrici, distributori e gente comune vendevano e scambiavano riviste in vari stand.

Alla porta siamo stati ricevuti da Erik, grande collezionista di Tex nonché webmaster del sito olandese di Tex (www.texwiller.nl), e ci siamo recati con lui nel suo stand dove abbiamo incontrato anche Edward, un altro fan del nostro Ranger.

Dall’Olanda, dove abbiamo noleggiato i cavalli, ooops, un’auto, abbiamo proseguito verso l’Italia, attraversando la Germania ed accampandoci a Basilea, in Svizzera, per lasciar riposare gli animali…

Ed eccoci davanti alla SBE ! Parlare con il portiere della casa, entrare nell’ascensore e suonare il campanello del 1° piano è stato come pigiare sull’acceleratore dei nostri battiti cardiaci. Il nostro primo contatto è stato con Giulio Terzaghi, direttore amministrativo dell’editrice, già conosciuto da Dorival e José Carlos durante la visita di quattro anni fa (cfr. Tex brasiliani 396 e 397). Dopo lo scambio dei saluti, Giulio ci ha lasciati liberi di entrare nei locali e di parlare con le persone che stavano lavorando. In quel momento ci è stato riferito che Claudio Villa aveva telefonato confermando il suo arrivo il giorno dopo per onorarci con la sua presenza e poterlo così conoscere di persona.

Siamo scesi al piano terreno: in un nascondiglio segreto, in mezzo alla foresta di Darkwood, abbiamo incontrato uno dei veri spiriti dietro la Scure: Moreno Burattini. Tanto felice della nostra visita quanto noi lo eravamo di essere lì, vicino a lui. Ci ha mostrato alcune stampe di una nuova storia di Zagor che si svolgerà nella Bahia, in Brasile, che racconterà di un viaggio di Zagor in America del Sud e che dovrebbe uscire in edicola in Italia nel 2008, integrata da un ciclo di una decina di episodi. “Rivolta a Bahia” è il titolo provvisorio dell’avventura in cui Zagor si trasferirà in Brasile, scritta da Mignacco e disegnata da Della Monica. Disegni meravigliosi, di cui abbiamo avuto il privilegio di vedere le pagine iniziali, dai dettagli minuziosi del Pelourinho e rituali di macuba ritratti con la perfezione di chi sembrava avere vissuto sempre nella Bahia.

Siamo saliti di nuovo al primo piano, dove abbiamo incontrato il nostro amico instancabile, Roberto Paravano, il guardiano fedele dei tesori texiani della casa Editrice. Tra una telefonata e l’altra, mangiando un panino mentre dava conto al personale interno, Roberto ci ha dedicato un’attenzione unica.


In assenza di Sergio Bonelli in quel primo giorno abbiamo avuto l’onore di essere ricevuti da Decio Canzio, che già avevamo conosciuto, Direttore Generale dell’editrice ed anche sceneggiatore di Tex l’anno scorso, Una persona gradevolissima, che, nonostante l’età, comandava ancora la SBE con polso di ferro. Oggi è andato in pensione.

E come se non bastasse in questo primo giorno abbiamo avuto ancora il piacere di conoscere personalmente Corrado Roi, affermato disegnatore soprattutto di Dylan Dog, responsabile anche delle copertine di una nuova rivista bimestrale chiamata “Dylan Dog Grande Ristampa”, che ripropone, in ordine cronologico, i primi episodi della serie in volumi di oltre 300 pagine ciascuno.

Abbiamo ritrovato anche Ornella Castellini, segretaria amministrativa, Luca Crovi, responsabile del materiale negli Almanacchi, di cui è responsabile Maurizio Colombo, creatore, con Mauro Borselli del personaggio Dampyr, per il quale produce anche gli argomenti e le sceneggiature. José Carlos e Fernanda, nel ruolo di veri paparazzi, hanno registrato tutto per i posteri, utilizzando le loro macchine fotografiche fra un autografo e l’altro.


Anche il secondo giorno del nostro soggiorno a Milano è stato pieno di emozioni indimenticabili. Per cominciare abbiamo avuto il piacere di ricevere la compagnia del nostro quarto pard, l’italianissimo Gianni Petino, che non aveva potuto essere dei nostri il giorno prima a causa di una febbre. Tutti e quattro insieme siamo entrati una volta di più nella casa dei sogni di carta, accompagnati da Alfredo Castelli, creatore di Martin Mystère, che stava arrivando in quel momento alla editrice e che così abbiamo avuto il piacere di conoscere.

In attesa dell’arrivo di Sergio Bonelli abbiamo fatto un giro all’interno dell’editrice, e ne abbiamo approfittato per rivedere Mauro Marcheselli, argomentista di Dylan Dog ed autore di alcune delle migliori storie dell’investigatore dell’incubo (Il lungo addio, Johnny Freak, Finchè morte non vi separi); con l’occasione gli abbiamo fatto i nostri auguri per la recente promozione a capo redattore centrale. Marcheselli ci ha presentato Michele Masiero, uno degli attuali argomentisti del personaggio.

Finalmente abbiamo vissuto uno dei momenti più attesi in questo viaggio: conoscere personalmente il disegnatore Claudio Villa. Sempre con una simpatia incredibile, abbiamo avuto il piacere di poter apprezzare i disegni che aveva fatto per una copertina di un’edizione speciale di Tex, nonché quella dell’edizione di dicembre, intanto che ci spiegava i particolari sempre con attenzione e dolcezza: da un originale in formato 25×35 cm viene ricopiata una riproduzione in A4, che l’artista provvede a colorare integralmente a mano.

Abbiamo approfittato della sua presenza per fare qualche foto con una statua di Tex in formato gigante disegnata dallo stesso Villa, e dopo, utilizzando la scrivania vuota di Mauro Borselli, in pochi minuti sono usciti dalle sue mani magiche ben quattro disegni di Tex, sia come Ranger che come Aquila della Notte, che ha regalato a ciascuno di noi accompagnati da una dedica personalizzata.

Con un sorriso impagabile, solamente un grande artista ed una grande persona come lui è capace della umiltà che ha dimostrato nel donarci dei momenti speciali così speciali ai suoi ammiratori.

Dopo di lui abbiamo conosciuto ancora il creatore di Magico Vento e adesso anche argomentista di Tex, Gianfranco Manfredi, che ha donato a ciascuno di noi foto ed edizioni di Magico Vento autografate.

E finalmente un po’ di tempo dopo, arriva Sergio Bonelli, appena rientrato dal una riunione a Rovereto. Dopo i saluti abbiamo conversato gradevolmente per quasi un’ora, tuffati in quell’ambiente pieno di fumetti, carte, disegni originali…un locale consacrato e di culto, per qualunque fan del mondo Bonelli e dove ancora una volta viene riconosciuto il valore del lavoro della Mythos Editora per come i personaggi Bonelli sono stati pubblicizzati.

L’ora del pranzo è arrivata in fretta e Sergio Bonelli ci ha portati tutti, compreso suo figlio Davide ed alcune persone dello staff, in un gradevolissimo ristorante italiano. Eravamo tredici a tavola e la conversazione è andata avanti perfettamente in una mistura di Inglese, Portoghese e Italiano, finchè è arrivato il momento di lasciare la compagnia con eccezione di Sergio Bonelli, che ci avrebbe dedicato gran parte di sabato, pranzando e cenando con noi.

Ed eccoci al sabato, che è iniziato molto presto, alle porte dell’editrice. Qui avevamo dato appuntamento a vari amici italiani del forum “Spirito con la scure”, per un incontro bonelliano approfittando del fatto di trovarci a Milano per conoscerci. Con nostra grande sorpresa sono arrivati amici anche da molto lontano, chi in aereo, chi in treno; qualcosa che dimostra la simpatia e l’interesse con cui eravamo attesi, a riprova che Tex spezza le barriere, costruisce ponti e crea forti legami d’amicizia.

Sergio Bonelli, a conoscenza di questo incontro bonelliano in onore dei viaggiatori di lingua portoghese, ha aperto in via eccezionale le porte della redazione (una cosa senza precedenti, sia detto en-passant) per riunirsi con noi per oltre due ore, in un dibattito sulla situazione e la storia dei fumetti lungo gli anni e rispondendo alle innumerevoli domande che gli venivano poste, per la felicità di tutti i presenti, mostrandoci che la sua memoria era in forma smagliante. E il grande Maestro continuava a risponderci, un po’ in italiano, un po’ in portoghese affinché tutti noi potessimo comprendere le domande e le relative risposte.


Sergio ci ha parlato anche un po’ dei suoi viaggi in Brasile, in particolare São Luís do Maranhão, luogo di nascita di Fernanda, dimostrando ancora una volta di essere una persona splendida e di una modestia e coerenza intellettuale veramente uniche, per non parlare della immensa disponibilità di tempo ed energia dedicata al nostro gruppo ed invitando tutti a pranzo in un ristorante lì vicino.

Nei momenti in cui eravamo fuori dalla SBE abbiamo approfittato per fare due passi per Milano: uno dei locali in cui siamo stati è stata la famosa libreria Mondadori.

In un edificio enorme (prima era un cinema) c’erano montagne di libri e fumetti dell’editrice omonima, con una sezione particolarmente importante per noi: quella dedicata a Bonelli, con i bellissimi cartonati di Tex che si stagliavano fra altri importanti e noti personaggi delle storie delle “nuvole parlanti”.

Nelle nostre passeggiate non abbiamo potuto tralasciare di visitare anche uno dei posti più famosi di Milano: il Cimitero Monumentale che, oltre ad essere un posto di sepolture, è anche un centro culturale dove sono raccolte opere d’arte famose. Costruito tra il 1863 ed il 1866, il “Monumentale” è famoso sia per i personaggi illustri che vi riposano che per le sculture che adornano ogni tomba.

Affascinati dall’esposizione delle opere d’arte che si aprivano ai nostri occhi, abbiamo scoperto, quasi per caso, tra le tombe niente di meno che di Verdi, Toscanini, Manzoni, la tomba della famiglia Bonelli. Con le ali spiegate, un angelo di marmo scuro si staglia sopra il mausoleo, quasi a proteggere il sonno eterno della moglie di Gianluigi Bonelli e della sua famiglia. Il “vecchio” Gianluigi Bonelli non è sepolto qui, come ci ha riferito il figlio Sergio, ma per noi, davanti a quella tomba, la cosa non era importante: davanti a noi, in un modo o nell’altro, c’erano le radici del nostro Tex e pertanto era doveroso il nostro omaggio silenzioso.

Era la nostra ultima sera nella città della moda e dei fumetti. Mentre ci preparavamo per la cena di saluto con Sergio Bonelli, abbiamo lottato per chiudere le valigie che non riuscivano a contenere i fumetti, la più gran parte autografati, che ci erano stati donati nella editrice. Il nostro anfitrione ci ha portato in un ristorante che già conosceva, ma che, a sorpresa, era stato completamente rammodernato ed era incredibilmente pieno di clienti; meno male che prudentemente aveva fatto riservare un tavolo. Non sono bastati il susseguirsi delle portate, né il rumore dei clienti ad impedirci di poter sfruttare ancora per qualche ora la sempre piacevole presenza del nostro idolo, che ha il pregio di farti sentire immediatamente a tuo agio, come se ti conoscesse da sempre.

Siamo rientrati alle nostre case il giorno dopo. Abbiamo passato insieme solamente una settimana, attraversato quattro nazioni, conosciuto o rincontrato persone assolutamente speciali. Momenti indimenticabili che rimarranno per sempre scolpiti nella nostra memoria. Bè… anche nelle valigie piene di fumetti !

(Cliccare sulle foto per vederle a grandezza naturale)

Testo di Fernanda Martins e José Carlos Francisco

Fotografie di Fernanda Martins, José Carlos Francisco e Marco Andrea Corbetta
Traduzione di Gianni Petino, collezionista di Tex dal 1949

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