quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Arte de Raul Cestaro


(Para aproveitar a extensão completa do desenho clique no mesmo)





Arte de Gianluca Cestaro

(Para aproveitar a extensão completa do desenho clique no mesmo)





Almanaque Tex 31: A Caravana do Medo

Argumento de Claudio Nizzi e desenhos de Victor de la Fuente.
Com o título original
La carovana della paura, a história foi publicada em Itália no Almanacco West 1995 e no Brasil pela Editora Globo no Tex Colorido nº 6 em 1997 com capa de Claudio Villa e pela Mythos Editora, a preto e branco com capa de Giovanni Ticci no Almanaque Tex nº 31 em 2007.

De regresso à aldeia navajo, Tex e Carson encontram o corpo de um guia de uma caravana num rio. Depois de recolherem o corpo resolvem ir ao encontro desta e tentar perceber quem poderá ter morto o homem. Em breve são informados que alguém anda a atentar contra a vida de todos os que vão na caravana e rapidamente chegam à sua identidade. Trata-se de um apache que vai capturando e torturando até à morte um a um todos os elementos da caravana. Tex e Carson querem tirar tudo a limpo, tentando perceber os motivos desta atitude do índio.

Esta é uma aventura que podia ter sido protagonizada por um qualquer herói do velho oeste, uma vez que não é uma aventura de Tex. Se antes elogiámos Mescalero Station, não por ser uma grande aventura, mas pelo facto de ser uma aventura do Tex bonelliano que conhecemos e admiramos, “A Caravana do Medo“, pelo contrário, revela-nos um Tex impotente e pouco decidido. Um Tex nizziano, como muitos gostam de chamar.

Pessoalmente, não embarco muito nesse coro de críticas, até porque continuo a achar que Nizzi é o legítimo herdeiro do saudoso GL Bonelli, no modo como assumiu e levou em diante a herança da personagem, adaptando-a aos novos tempos.

Mas esta aventura, acaba por trazer um Tex perfeitamente contrário a tudo o que o autor em tempos construiu. Se todas as aventuras fossem assim, seríamos forçados a dar razão aos críticos, porque este Tex só traz o mesmo nome que a personagem criada por G.L. Bonelli.

Apesar de Tex revelar os mesmos propósitos de justiça, na medida em que, não criticando a vingança levada a cabo por Saguaro, acaba por demonstrar que ainda existe a justiça das leis, este Tex nunca consegue superiorizar-se ao índio nem tão pouco aos acontecimentos. Repare-se, por exemplo, que mesmo a descoberta da identidade dos culpados surge por atitude alheia. Este Tex não captura Saguaro, não evita outras mortes no seio da caravana, nem logra apanhar os assassinos. Pelo meio falta espessura dramática, falta rigor psicológico, falta um certo contraste, uma oposição mais acentuada entre os diferentes carácteres das personagens, aquilo que as diferencia, o que poderia contribuir para outro interesse na aventura.

Segundo trabalho de De La Fuente para Tex, depois de ter realizado “Arizona em Chamas“. Já afirmámos que o Tex do autor sofre de alguma falta de carisma, denotando antes algum envelhecimento e falta de imponência que outros autores conseguiram transmitir. Mas, sejamos francos e justos, De la Fuente tem um traço realista admirável e que, nesta aventura, vai subindo de qualidade com o avançar das páginas. Excelente construção de cenários, domínio perfeito dos contrastes e uma construção de personagens digna de realçar.

Texto de Mário João Marques




Alessandro Piccinelli: De desenhador têxtil a Tex

Caros amigos,
Há cerca de um ano, em Maio de 2006 chegava aos quiosques italianos “
Huron!”, o primeiro capítulo de uma longa aventura de Zagor que trazia a estreia no mundo bonelliano deAlessandro Piccinelli, um desenhador de traço clássico e dinâmico, particularmente ligado ao Rei de Darkwood. “Zagor foi a primeira banda desenhada “adulta” que eu li, quando tinha nove anos”, revelou Piccinelli numa entrevista publicada há algum tempo no sítio da Sergio Bonelli Editore, na Internet.

Além disso, para uma pessoa nascida e criada como eu entre os bosques dos vales do lago de Como, era fácil identificar-me com o Espírito da Machadinha, tentando (ainda que com fracos resultados) saltar de uma árvore à outra como ele… Tudo isto para dizer que, como leitor, conhecia muito bem e há muito tempo a personagem, por isso imergir-me na atmosfera zagoriana não foi um problema”.

Satisfeito com o trabalho realizado por Piccinelli naquela ocasião, Sergio Bonelli requereu ao autor para entrar no restrito número de autores de Tex.
Apesar de ainda não sabermos quando será publicado a história em que está actualmente a trabalhar e da qual provém o belo retrato de Águia da Noite que podem ver um pouco mais abaixo, o blogue português do Tex, dedica a rúbrica de hoje a este cartoonista, cujo talento, estamos seguros saberá conquistar-vos e que poderá ser apreciado em antestreia mundial no XVI Salão Internacional de Moura a realizar de 27 de Maio a 3 de Junho, já que Piccinelli é um dos 15 autores da nova vaga de desenhadores de Tex, que terá material exposto em Moura.

Nascido em 3 de Abril de 1975, Piccinelli conseguiu o diploma de desenhador têxtil tirado no Instituto Técnico “Setificio” da cidade de Como, para depois frequentar a “Scuola del Fumetto” em Milão. Naquele período concluído o serviço militar, começa a colaborar nas vestes de ilustrador para o quotidiano “Il Corriere di Como”. Em 2000 apresenta-se como autor completo na revista “M.A.R.E.”, para a qual realiza as capas dos primeiros dois números e as histórias em banda desenhada dos primeiros sete. A partir de 2001 assina para a Editora Meroni mais de trezentas ilustrações de fim didáctico, e para a Mediacomics o quarto episódio da primeira história de “Armadel”, uma banda desenhada consultável através da Internet.

Seguidamente a esta experiência, realiza para a Sergio Bonelli Editore provas para a série de Zagor e de imediato entra no staff do “Espírito com a Machadinha”, estreando-se com a quádrupla aventura “Huron!” publicada a partir de Maio de 2006.

Indicando os desenhadores dos quais se sente mais influenciado, ao lado de mestres estrangeiros como Alex Raymond, John Buscema, Hermann e Jean Giraud, Piccinelli cita Claudio Villa junto do qual frequentou um período de tirocínio: “Eu tive a felicidade de conhecê-lo e de vê-lo a trabalhar no seu estúdio: lá fez-me compreender o que significa ser um profissional. Um que não se contenta jamais, que com uma paixão infinita procura sempre a melhor solução para descrever cada vinheta, metendo-se ao serviço do leitor. É um grande narrador que une riqueza de particulares, potência do claro-escuro, precisão na anatomia e tantas outras qualidades, sem jamais perder de vista a legibilidade do desenho.”.

Para Piccinelli, o western sempre foi o género preferido, e Águia da Noite “o segundo amor” (o primeiro é Zagor, obviamente), e portanto, diz: “chegar a desenhá-lo é como ter realizado um sonho, mesmo que o impacto inicial tenha sido traumático, porque tinha a sensação de estar a enfrentar um repto titânico, sentindo o peso da responsabilidade… Depois, porém, comecei a sentir-me cada vez mais à vontade. O meu pai era um leitor de Tex desde o primeiro número, e portanto encaminhou-me também à cultura western, seja através da banda desenhada, seja pela via cinematográfica: não sei quantas vezes vi o meu filme preferido, “Ombre rosse”, do mestre John Ford! Mesmo que pareça ter passado de moda, não creio que o western tenha acabado: no fundo, cada vez que sai um filme com actores famosos, como Clint Eastwood ou Kevin Costner, as salas estão sempre cheias. E não creio que nem o advento da Internet possa representar uma ameaça para a banda desenhada em geral. A Rede é um meio interessante que custa pouco e permite um usufruto imediato. Ao fim e ao cabo, porém, a banda desenhada impressa tem todo um outro fascínio, pois permite um contacto físico com os álbuns e estimula o prazer do coleccionismo. Para mim, a banda desenhada estampada é imortal”.

Texto de José Carlos Francisco, baseado na rubrica “Caro Tex…”, de Sergio Bonelli, inserida em Tex Nuova Ristampa nº 181 de 14 de Abril de 2007.




Collezione storica a colori, nº 6 - Gros-Jean, il meticcio

Tex nº 6 - GROS-JEAN, IL METICCIO

(Para aproveitar a extensão completa do desenho clique no mesmo)





Blogue português do Tex em ruptura

Pards,
o sucesso do blogue português do Tex tem sido tanto que hoje, dia 22 de Abril, pela tarde o limite de transferências de imagens permitidas foi ultrapassado (e não nos esqueçamos que já estamos a usar um plano pago, precisamente para ter uma capacidade de transferências bem maior) daí o blogue ter entrado em ruptura… a continuar assim, cremos que em breve teremos que pagar mais para disponibilizar aos visitantes um limite maior para as transferências disponíveis mensalmente, que no presente está com um limite de quota de transferências de 4 GB.

É o preço do sucesso, já que praticamente dia a dia, aumenta o número de visitantes do blogue e dos 4 “cantos” do mundo, como temos vindo a constatar através da estatísticas do blogue…

Vamos estudar nos próximos dias como “resolver” a situação, prometendo ser o mais rápido possível na resolução deste “bom problema” e pedindo desculpas a todos pelo incómodo causado.




Novo cabeçalho do blogue português do Tex

O blogue português do Tex, inaugura um novo cabeçalho que identifica de imediato o blogue com Portugal, um pedido manifestado por alguns visitantes de origem portuguesa e que o nosso pard brasileiroGeraldo Guilherme Carsan, mais conhecido por GG Carsan, deu vida com a montagem que podemos ver tanto no cabeçalho do blogue, como logo abaixo destas linhas e que prova também que apesar do blogue ser de origem portuguesa é um blogue do Tex, do mundo e feito para o mundo e por isso todas as colaborações são bem vindas, independentemente do país de origem e queremos que este blogue seja de todos os que a ele acederem de modo a que haja cada vez mais uma interacção, que pretendemos seja ampla e aberta a todos.

Neste novo cabeçalho podemos ver da esquerda para a direita, o também novo logotipo do blogue, onde as cores verde e vermelha da bandeira portuguesa estão bem presentes; Tex desenhado por Fabio Civitelli caminhando com o mapa de Portugal por trás; Tex desenhado por Claudio Villa dando as boas vindas a todos os Texianos do mundo que nos visitam; uma das mais belas capas da saga de Tex, inclusive considerada recentemente pelo Claudio Villa como uma das mais belas capas feitas pelo próprio e que também é muito apreciada pelos responsáveis do blogue, tanto que foi a imagem que durante muitos meses e desde o seu início foi a escolhida para cabeçalho do blogue e finalmente a imagem da única edição de Tex produzida em Portugal.

Esperamos que a nova imagem do blogue seja do agrado da maioria dos Texianos e queremos também agradecer em nome do blogue português do Tex ao pard GG Carsan por mais este trabalho em prol do TEX!




Póster Tex Nuova Ristampa 45

Neste desenho de Claudio Villa, vemos Tex Willer, no interior de um grande salão do Templo Asteca situado num vale secreto da Serra de Hueso, observando escondido atrás de uma coluna, a princesa Esmeralda, também chamada de filha do Jaguar, a última descendente dos Montezuma, presidindo à cerimónia da purificação.

Desenho usado no Brasil como capa de Tex Edição Histórica #43 e inspirado na história, “Formiche rosse” de G. L. Bonelli e Guglielmo Letteri (Tex italiano #76 e #77).
(Para aproveitar a extensão completa do póster clique no mesmo)

Texto de José Carlos Francisco



Arte de Claudio Villa


(Para aproveitar a extensão completa do desenho clique no mesmo)





Almanaque Tex 30: Testemunha de Acusação

Argumento de Claudio Nizzi, desenhos de Andrea Venturi e capa de Claudio Villa.
Com o título original
Documento d’accusa, a história foi publicada em Itália nos nº 548 e 549 de Tex inédito e no Brasil pela Mythos Editora no Almanaque Tex nº 30.

O jovem apache Santos abate a sangue frio o General Marcus Leland, quando este passava em revista o exército instalado em Forte Defiance. Este crime é tão atroz como inacreditável e ninguém suspeitaria que um dos melhores batedores do exército pudesse cometer semelhante acto. Tex é chamado ao forte e para descobrir as razões que levaram Santos a este gesto, tem que mergulhar nas brumas de um passado doloroso. Uma história que o ranger vai contar a Carson e a Kit, uma viagem aos tempos de Natay, o pai de Santos.

Com esta aventura, Nizzi faz uma clara alusão a Apache Kid, onde G.L. Bonelli narrava a perseguição movida pelo exército a um guerreiro apache. Bonelli utilizou uma personagem verídica da História americana, narrando as injustiças de que foi alvo por parte de militares, tornando-se num foragido. Nizzi utiliza o mesmo meio, os mesmos alicerces e socorre-se de outro artifício, o flash-back. A aventura é narrada quase sempre no passado para melhor tentarmos compreender o futuro, cabendo a nós leitores estarmos na mesma posição de Carson e Kit Willer que nunca viveram os acontecimentos narrados por Tex. Também o protagonismo da aventura é agora amplamente assumido por Natay, remetendo-se Tex a um papel menos preponderante e seguramente mais impotente que na aventura escrita por Bonelli.

Por isso, não sem alguma razão, Nizzi dá o flanco expondo-se uma vez mais às múltiplas críticas dos mais conservadores. Se na aventura bonelliana Tex fazia tudo ou quase tudo para ajudar o amigo rebelde, desta vez deixa os militares imporem a lei, justa ou injusta, destinando Santos a um caminho desde logo traçado pelo seu acto. No entanto, a aventura tem outra leitura, a da perseguição movida a Natay, tornando-o no verdadeiro protagonista. A sua vida, os seus feitos, a sua personalidade, os seus códigos, tudo nos é contado em flash-back e facilmente aceitamos estar em presença de alguém cuja conduta se rege por princípios concretos e honrosos. Alguém que foi destinado a uma vida errante pelas injustiças de brancos ou pelas traições de quem com ele convivia, tornando-se num verdadeiro pesadelo para o exército, porque jurou lavar a sua honra. Tex pode não assumir a mesma espessura bonelliana, abstendo-se de uma intervenção tão acentuada, mas a verdade é que Nizzi consegue construir uma aventura dramática e apelativa no sentido em que expõe a nu contradições e sentimentos que permitiram muitas injustiças.

Venturi assume-se de aventura para aventura como um grande desenhador de Tex. Pelo facto de revelar aptidões próprias, mas também porque vai mergulhando na personagem dominando cada vez melhor a figura texiana. Venturi exprime-se espectacularmente nos vários cenários da aventura: nas paisagens do velho oeste, como o pueblo, os desfiladeiros ou Monument Valley, nas montanhas carregadas de neve ou em cenas de interior. Senhor de um traço elegante e muito seguro, Venturi constrói personagens rigorosas e marcantes, sendo de destacar a figura de Natay que assume fisicamente todo o retrato psicológico delineado por Nizzi. Só lamentamos que o seu ritmo de trabalho algo lento nos prive de trabalhos com mais regularidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores