sábado, 28 de novembro de 2009

Póster Tex Nuova Ristampa 51

Neste desenho da autoria de Claudio Villa, vemos um ainda jovem Tex Willer, saindo da pousada Castilha Velha, em Jimenez, um tranquilo povoado na margem mexicana do Rio Bravo, depois de matar todos os assassinos do seu pai, quando é surpreendido por uma patrulha deRurales, embora Tex tenha conseguido escapar na companhia do velho Gunny Bill (seu mestre de armas), mas este acaba morrendo depois de ter sido mortalmente atingido durante a perseguição.

Desenho usado no Brasil como capa de Tex Edição Histórica #46 e inspirado na história, “Il passato di Tex” de G. L. Bonelli e Galleppini (Tex italiano #83 a #85).
(Para aproveitar a extensão completa do póster clique no mesmo)


Viagem ao Ducado Texiano

A Malaposta é uma aldeia que se situa no centro de Portugal, localizada a meia dezena de quilómetros da Anadia e que pertence ao distrito de Aveiro. É aqui que podemos encontrar a maior colecção portuguesa de Tex Willer e seguramente uma das maiores do mundo. E é também aqui que vive o seu orgulhoso proprietário, o José Carlos Francisco, de quem quase todos já ouvimos falar, tão grande é o seu amor pela personagem, manifestado na paixão com que a divulga.

Quis o destino que eu também gostasse e idolatrasse Tex Willer e quis esse mesmo destino que, mais de duas décadas após a descoberta da personagem, o meu caminho se cruzasse com o do José Carlos, gerando-se, desde logo, uma mútua simpatia que rapidamente concluiu em amizade.

Recentemente, tive a grata oportunidade de visitar o José Carlos Francisco no seu Ducado, o que me proporcionou momentos de agradável contacto e inesquecível prazer. Esta visita permitiu-me ver in locco um mundo maravilhoso, o mundo texiano do José Carlos. Um mundo que retrata a história do célebre ranger, porque naquele espaço encontra-se de tudo um pouco que respeite a Tex Willer, desde que a personagem foi criada pelos saudosos G.L. Bonelli e Aurelio Galleppini. Mas também um mundo que não olha a fronteiras, porque aqui podemos encontrar publicações e objectos de todo o mundo.

E como é que isto aconteceu? Porquê esta paixão, esta dedicação, este amor e este carinho? Para muitos leitores das novas gerações talvez seja de difícil entendimento, habituados a produtos visualmente mais apelativos, porque apoiados em soberbas cores tratadas por computador. Mas por esse mundo fora muitos compreendem o que move o José Carlos Francisco. Afinal, Tex Willer tem uma história de mais de 50 anos e uma legião de admiradores que não pára de aumentar. Quantas personagens se podem gabar deste feito, de ter atingido esta proveta idade, sempre com as vendas a situarem-se em valores elevados? Quantas personagens se podem gabar de terem dado azo a um império editorial de banda desenhada? Quantas personagens se podem gabar de terem sido desenhadas por muitos autores mundiais de renome? Quantas personagens se podem gabar de terem dado origem a um sem número de obras que se debruçam sobre o herói e os seus autores, no fundo o está por detrás do pano?

Nos idos anos 70, foi com uma editora brasileira, a Vecchi, que tudo começou. Ao enviar para Portugal aqueles livrinhos de aspecto frágil, com um logotipo a três letras e que publicavam uns western giros, a Vecchi divulgou entre nós um herói imbuído de muitos dos valores que todos nós gostaríamos de ter e, fundamentalmente, ver cultivados. Valores como a justiça, a honra, a amizade ou a honestidade, fizeram de Tex Willer um herói que desperta paixões. Muitos descobriram em Tex um herói que protagonizava grandes aventuras, mas também alguém com uma filosofia que despertou uma empatia e um culto que perduram até hoje.

Por isso, quando em 1980, ao arrumar o sotão da residência dos seus avós em Vila Nogueira de Azeitão, o José Carlos Francisco descobriu uma velha caixa cheia de livros, não descobriu o mapa da ilha do tesouro, descobriu a bem dizer o verdadeiro tesouro. Um exemplar da colecção da Vecchi e logo uma edição especial, o nº 94, que apresentava o casamento do ranger numa história completa. Como curiosidade, esta história épica foi republicada pela Mythos no número 1 na sua nova colecção Os Grandes Clássicos de Tex. Os passos seguintes, apenas algumas papelarias, alguns alfarrabistas ou algumas feiras poderão testemunhar de modo mais apropriado, mas se eu aqui disser que o José Carlos Francisco andou por esses locais enérgica e afincadamente em busca das edições perdidas, não andarei certamente muito longe da verdade. Foi essa mais louca corrida à volta dos Tex que permitiu ao José Carlos Francisco ir completando a sua colecção, contando de permeio com a prestimosa ajuda de amigos que foi entretanto fazendo devido a Tex Willer.

Mais tarde, quando um amigo lhe ofereceu um exemplar italiano, o José Carlos Francisco pensou na internacionalização da sua colecção. Porque não obter um exemplar de cada país? Bem dito, bem feito. A net deu uma ajuda e os amigos que foi fazendo por esse mundo fora também. Para além da Itália, exemplares de países como França, Espanha, Alemanha, Holanda, Croácia, Finlândia, Noruega, Turquia, Grécia ou Israel, figuram nas magníficas estantes da sua casa, convivendo diariamente com o português das edições brasileiras e da única edição nacional. Actualmente, esta surpreendente colecção é composta por 790 edições brasileiras, 640 edições italianas e 60 edições de outros países, para além de muitos posters, dedicatórias, estatuetas, pranchas, desenhos originais, autógrafos, jogos, puzzles, livros sobre Tex e até uma caneta de nanquim com a qual Marcos Maldonado desenhou durante décadas as legendas das edições brasileiras de Tex. Tantas preciosidades que, por muito que escreva, acabarei sempre por esquecer alguma.

Com a mudança de editoras no Brasil, da Globo (que substituíra a Vecchi) para a Mythos, durante algum tempo a revista deixou de chegar a Portugal. Eu próprio perdi o rasto à publicação e pensava que a magia texiana tinha terminado. Mas o José Carlos Francisco não desiste e entra em contacto com a Mythos, acabando por ser convidado pelo seu próprio Director Dorival Lopes para representante da editora brasileira em Portugal, cargo que exerce como mais ninguém, denotando uma energia e uma paixão cativante pela personagem.

Foi nesta função que o conheci e foi nesta função que, um belo dia, acompanhou Dorival Lopes numa visita à própria Editora Bonelli. Quando visitaram os seus armazéns nos arredores de Milão, onde se acumulavam todas as edições italianas desde há 50 anos, o José Carlos Francisco como que se sentiu no país das maravilhas. O próprio Sergio Bonelli, a partir dessa data e, sem que o nosso coleccionador português lhe tivesse pedido algo, passou a enviar-lhe todas as edições italianas de Tex e de outras séries da editora. Mesmo muitas outras obras ou algo que verse sobre a temática texiana, Sergio Bonelli faz questão de lhe enviar religiosamente para a Malaposta, como se um dever se tratasse. Também religiosamente, o José Carlos Francisco aguarda sempre pela chegada do carteiro, qual mensageiro das boas novas, apressando-se a abrir os pacotes italianos, sempre com alguma surpresa no interior.

Visitar a colecção do José Carlos Francisco é percorrer a história de Tex Willer. É mergulhar no grande e puro oeste das grandes aventuras escritas pelo saudoso G.L. Bonelli, servidas pelo traço de grandes nomes dos fumetti italiano e não só. Desde logo, com Aurelio Galleppini à cabeça, que criou a personagem e a compôs à semelhança e imagem de Gary Cooper. Mas é também uma viagem pelas magníficas pranchas de nomes como Letteri, Nicolo, Ticci, Fusco, Villa, Civitelli, Ortiz, Blasco, Venturi, De La Fuente, Marcello, Monti, os irmãos Cestaro e tantos outros que, a seu modo, foram sempre dando o seu cunho pessoal à personagem. É, no fundo, uma viagem por um imaginário que não cessa de se engrandecer e de se enriquecer.

Apreciar Tex motiva este culto em redor da personagem. Os caminhos trilhados pelo José Carlos Francisco são motivo de orgulho para todos nós, amantes portugueses da banda desenhada, e de respeito pelo trabalho e a dedicação que diariamente ele empreende na divulgação da personagem. E não nos surpreende que esta sua dedicação e labor sejam já reconhecidos a nível nacional e internacional, sendo o José Carlos regularmente requisitado para escrever ou mesmo para expor sobre o seu herói preferido. E tudo isto leva-nos à feliz conclusão de que, afinal, vale a pena dedicarmo-nos a algo que gostamos e que nos dá prazer, para mais quando isso nos permite concretizar muitas e boas amizades e passar momentos de inesquecível envolvimento.


Descobrindo TEX…

Por Carlos Moreira [1]

Tinha treze anos (1978) quando tive o primeiro contacto com TEX, foi através de um amigo que me propôs a troca, por dez revistas (Falcão, Condor, Xerife), na altura pensei, “fui enganado“, hoje digo “enganado” foi ele.

Depois de ler essa revista, o Tex nº20 ”A quadrilha do ás de espadas” foi a procura em tudo o que era papelaria ou quiosque, de revistas usadas que abundavam pelas estações de comboio e não só… que tempos felizes esses.

Dos amigos e colegas de escola, poucos se interessavam por esta personagem, o interesse ia para as outras revistas e assim, o que aparecia de Tex era para mim, pois todos trocavam ou me ofereciam aquelas revistas diferentes de todas as outras, e assim a minha colecção aumentou rapidamente.

Entretanto já com 18/19 anos a minha namorada (hoje esposa) trabalhava numa papelaria e assim contribuía para que não perdesse nenhum número e cada revista que chegava era logo reservada para mim. A busca de mais revistas, novas e usadas continuou ao longo dos anos e foi dando alguns frutos, apesar das mudanças de editora a revista ia saindo nos quiosques portugueses, embora com alguns interregnos pelo meio onde se perdiam alguns números.

Hoje em dia colecciono tudo o que sai de Tex, faltando-me apenas um exemplar (Tex nº 94), da edição normal de Tex e alguns Tex Coleção. Tenho ainda algumas edições de Itália, França e Holanda.

Acima de tudo, Tex trouxe-me grandes e boas amizades e por isso digo que aquelas dez revistas que dei em troca do meu primeiro exemplar de Tex foram muito bem empregues.

Um grande abraço Texiano a todos que lerem este meu depoimento.



[1] Coleccionador de Tex desde 1978.









Orestes Suárez Lemus: Um cubano em Tex!

Apesar da nova vaga de desenhadores de Tex Willer, pelo que sabemos, Sergio Bonelli não tem a ambição de passar à história como “descobridor de talentos” mas no campo da banda desenhada, de facto, a intuição da capacidade gráfica de um jovem desenhador e o metódico e paciente treino de quem deseja submeter-se ao potencial artista, fazem parte do quotidiano de cada editor de banda desenhada. No caso, afinal, de Orestes Suárez, futura assinatura de um próximo Tex Gigante, os méritos de Sergio Bonelli são ainda menores.

O novo desenhador já estava habilitado há vários anos, com todas as qualidades necessárias para cuidar das páginas de qualquer publicação, mas impossibilitado de demonstrar a sua capacidade gráfica porque na ilha em que vivia não era fácil encontrar um editor, nem uma prancha de desenho, nem um pincel e muito menos tinta da china!

Naquela ilha, Cuba, Sergio Bonelli esteve no longínquo ano de 1994, para visitar um “festival” internacional de banda desenhada sem igual no mundo, já que o festival decorria num bar, cujas paredes, entre uma propaganda de rum e uma outra de cigarros, acolhiam algumas fotocópias de bandas desenhadas mexicanas, italianas e francesas.

Apesar da absoluta pobreza da organização, o festival cubano, segundo exprimiu Sergio Bonelli, demonstrou ser uma extraordinária ocasião para conhecer uma porção de pessoas cordiais, ricas de orgulho e vontade de viver. Foi aí também, que Sergio Bonelli conheceu Orestes Suárez Lemus, nascido em Pinar del Rio (Cuba), em 14 de Março de 1950.

A sua estreia no mundo da banda desenhada aconteceu em 1977 com as personagens Inés, Aldo e Beto, criadas por uma publicação da Organização Nacional de Pioneros José Marti, em cujas páginas publicou também inúmeras ilustrações. Diplomado pela Escuela Nacional de Diseño Gráfico, em 1983, colabora com a revista da Editora Abril, Zunzún e com outras séries da mesma editora argentina, como, Pionero e El Guia.

Os seus trabalhos mais importantes foram publicados pela editora Pablo de la Torriente: Vitralitos, Camila e alguns episódios da série histórico-geográfica intitulada precisamente de Pablo de la Torriente, jornalista cubano/porto-riquenho morto durante a Guerra Civil espanhola. Ainda o tema da guerra (mas desta vez tratou-se do conflito hispano-cubano para a independência da ilha das Caraíbas) retorna na produção de Suárez que colaborou graficamente também em algumas curtas-metragens de desenhos animados inspirados nesse argumento.

O seu ingresso oficial no mundo bonelliano aconteceu em 1994, quando o próprio Sergio Bonelli o recruta para a esquadra de artistas que realizava as aventuras de Mister No. A propósito do seu actual empenho na equipa Texiana, Orestes disse ao blogue do Tex: “Aqueles anos passados nas páginas de Mister No foram anos de duro labor e ao mesmo tempo de grande desenvolvimento profissional e pessoal. Jerry Drake deu-me muito trabalho, fosse pelo ambiente em que decorriam as suas histórias, fosse pelo meu estilo de trabalho. Faltando-me a documentação, era de enlouquecer quando devia representá-lo nas ruas de Nova York ou entre as tribos índias da Amazónia. Tex Willer mudou a minha perspectiva: de um homem jovem e com o espírito de um aventureiro, passei a um profissional da justiça no duro e hostil Oeste norte-americano. Neste sentido, Tex tem um carácter muito mais forte, persuasivo, reflexivo e é uma personagem muito mais carismática, mais madura…”.

Texto de José Carlos Francisco, baseado na rubrica “Caro Tex…”, de Sergio Bonelli, inserida em Tex Nuova Ristampa nº 184 de 30 de Maio de 2007.


Antevisão Tex 561 desenhado por Pasquale Del Vecchio

O blogue português do Tex, divulga em antestreia, 2 páginas do próximo Tex italiano, o nº 561, a ser lançado no próximo dia 7 de Julho, com o título ”Soldi sporchi”.
Argumento e roteiro de Claudio Nizzi, com desenhos de
Pasquale Del Vecchio que se estreia no mundo de Tex Willer e capa de Claudio Villa.

No deserto, um pouco a sul de Gila River, uma patrulha do exército que devia transportar a Forte Gila o pagamento dos últimos meses, foi assaltada e os seus homens brutalmente assassinados e depois escalpados. Os traços deixados pelos cavalos dos assassinos, fazem pensar numa emboscada feita pelos índios da região, mas o facto de também ter desaparecido o dinheiro, faz desconfiar Tex e Carson que, iniciando a investigação, convencem-se que por detrás do massacre se possa esconder a avidez dos brancos, mais que a ferocidade dos índios…

Descobrir o traço gráfico de Del Vecchio no próximo fumetto de Tex, fará seguramente felizes quantos perguntaram a Sergio Bonelli, com uma certa apreensão, que fim teria tido – do ponto de vista profissional, obviamente – este jovem cartoonista que no passado colaborou com a série Napoleone, encerrada em Julho de 2006. E precisamente nas histórias do detective entomologista criado por Carlo Ambrosini, Pasquale Del Vecchio demonstrou ter alcançado plena maturidade profissional.

Nascido em Manfredonia, na província de Foggia, em 17 de Março de 1965 e diplomado em Arquitectura em 1992, dá os primeiros passos no mundo da banda desenhada já depois da maturidade científica, com a publicação de algumas pequenas histórias de banda desenhada na revista “1984”. Colabora, além disso, com “Il Giornalino” e transforma em imagens, para a editora Baldini, as aventuras em África de Walter Bonatti. Em 1991, desenha com Davide Tuffolo a história “Memphis Blue”, com argumento de Daniele Brolli e publicada em “Cyborg”.

Poucos anos depois, entra em contacto com a Sergio Bonelli Editore, que o recruta para o universo policial de Nick Raider, se bem que a primeira prova bonelliana de Del Vecchio tenha sido uma história para “Zona X” permanecida inédita. A sua estreia oficial, portanto, acontece em 1993, quando ilustra um episódio do detective nova-iorquino (“Duri a morire”), com texto do grande Gino D’Antonio.
Em seguida, entra no staff de Napoleone, ainda que dois anos após se empenhará novamente na série “
Zona X”, com um episódio assinado por Pier Carpipara, para depois passar, como já dissemos anteriormente, à de Tex.

“O western foi sempre uma minha paixão desde quando era criança”, diz Del Vecchio. “Tex era a minha personagem preferida, juntamente a Zagor, à série História do Oeste e a Ken Parker. Posso dizer que era um estudioso do Oeste (gabava-me de conhecer até algumas palavras na língua dos Sioux Lakota), e devorava um após outro, todos os romances que saíam numa colecção de livros de bolso, da editora Longanesi, numa inconfundível série de capa verde; ali encontrei escritores como Louis L’Amour e Gordon D. Shirreffs, dos quais recordo em particular algumas histórias ambientadas num perdido fortim em território Apache.

Quando na época dava na televisão um filme western, para mim era dia de festa nacional! Em torno dos doze, treze anos descobri outro tipo de revistas (por exemplo os super-heróis) e as várias experiências profissionais levaram-me para longe do Selvagem Oeste. Com efeito, o trabalho com Nick Raider foi a minha escola: eu sou um desenhador realista e não me desagradavam as suas aventuras metropolitanas, que me recordavam as atmosferas de telefilmes dos anos setenta, como “Sulle strade di San Francisco”. Com Nick Raider aprendi a não me exceder nos detalhes do ambiente, a não me concentrar demais nos particulares, perdendo de vista ao mesmo tempo o principal da vinheta. Mostrar quanto somos bons, por vezes, pode ser pernicioso.

Com Napoleone, pelo contrário, diverti-me porque pude mover-me sobre dois planos diversos, um realista e um lírico… A história de Tex que estou a terminar por estes dias desenvolve-se no Deserto de Gila, e, no início vi-me em situação delicada, porque não sabia bem como “dosear” os pretos e brancos naqueles fundos ora planos, ora rochosos, ofuscantes devido ao sol. Para a documentação revi os livros de um artista do Oeste que tinha idolatrado muito no passado, Frederic Remington e procurei os DVD di grandes obras cinematográficas, desde “Ombre rosse” a “Il massacro di Fort Apache”, que podiam ajudar-me a render melhor as várias sequências. Em suma, posso dizer, que graças a Tex, rememorei um sonho, que finalmente se realizou”.

Agradecemos à organização do XVI Salão Internacional de Moura, oMouraBD2007, por ter permitido a obtenção das fotografias, durante a exposição dedicada à nova vaga dos desenhadores de Tex Willer.

(Para aproveitar a extensão completa dos desenhos clique nos mesmos)


Tex Série Normal (Itália): Moctezuma

Tex 560 - “Moctezuma” de Junho de 2007.
Argumento de Claudio Nizzi, desenhos de Fernando Fusco e capa de Claudio Villa. História inédita no Brasil e Portugal.

Se existem coincidências que devam ser realçadas, parece-nos estar em presença de uma.Moctezuma vem no seguimento de uma aventura que marcou, para nós leitores, a estreia de Tito Faracci a escrever para Tex. Na altura, apontámos as qualidades demonstradas pelo autor, apesar de uma trama linear, o que até acabou por jogar em seu favor.

Ora bem, Moctezuma é também uma trama fácil, é também uma aventura onde actua um ranger a solo e onde Tex vai tentar resgatar alguém, tal como o fez com Carson na aventura anterior. Mas passemos à história: numa qualquer noite, perto da fronteira entre o Arizona e o México, Tex avista uma pequena estalagem onde pretende descansar e refugiar-se da tempestade que se abate, quando é confrontado com a atitude pouco amistosa do dono. Este, ultimamente pouco habituado a que ninguém passe por aquelas paragens, apenas pretende jogar pelo seguro pois receia pelas intenções de Tex. Mas o ranger está pouco habituado a que lhe apontem uma arma e rapidamente consegue desarmar Manuel Aribas, de seu nome. Este acaba por relatar a Tex os dias difíceis que ele e a sua mulher têm passado, desde que Dom Diego Villalta levou a sua filha Maria para a sua mansão, onde a tem mantido até hoje, sem que alguém possa fazer qualquer coisa.

Diego Villalta é o proprietário daquelas terras, tratando mal quem trabalha para ele, mata os que se revoltam e mantém sempre uma atmosfera de medo. Apenas o jovem Aurélio Torres, que tinha sido prometido a Maria, vai lutando contra o tirano, mas anda fugido em virtude da perseguição movida pelos homens de Dom Diego. Depois de ouvido o relato, Tex resolve agir para salvar Maria e acabar com o poder de Dom Diego.

Já referido acima, a aventura não serve grandes objectivos que não algum divertimento e muita acção, através de um enredo onde domina um Tex Justiceiro, eventualmente com Nizzi a não querer alimentar muito mais as polémicas que os seus acérrimos críticos têm levantado sobre um ranger enfraquecido e pouco bonelliano. Mas esta história simples poderia ter tido outro desenvolvimento, outra riqueza nas suas personagens e diálogos mais interessantes. Ao invés, Nizzi apresenta uma aventura feita de alguma superficialidade e de várias incongruências, mas sobretudo de uma total ausência em renovar.

Se Faracci trouxe um Tex duro e implacável, trouxe também espessura e densidade nas personagens, trouxe um enredo que prendeu a atenção do leitor, veio insuflar o mito. Em Moctezuma há uma total falta de capacidade em inserir o leitor na narração, uma certa indiferença em contar a história. Cansaço, idade, desmotivação, ou mesmo um pouco de tudo, eis o que Nizzi nos demonstra com esta aventura onde até o papel algo humilhante de Tex foi posto em causa.

A capa no fundo é reveladora da actualidade nizziana em escrever para Tex, porque não se trata apenas de devolver o Tex bonelliano (o que Nizzi até vai fazendo), mas também em escrever argumentos densos, apelativos e onde se passe algo. O vilão Dom Diego é um perfeito senhor escudado num conjunto de homens dispostos a defender o amo e que na primeira contrariedade revela toda a sua faceta de fraco e covarde. O próprio Aurélio Torres tem um papel de poucas páginas, forçosamente menos que aquelas que o autor dedica a mostrar Tex… simplesmente a cavalgar, sem texto e sem que nada aconteça.

Para não falarmos de ingenuidades como o facto de, após ter tentado salvar dois mexicanos mortos pela tortura, o ranger não encontrar nada melhor do que oferecer uma rodada geral no bar mais próximo. Ou mesmo nas páginas finais, quando Aurélio Torres, alarmado pelos disparos na mansão de Dom Diego e vendo gente a sair a cavalo, decidir esticar uma corda na estrada para apanhar o fugitivo que, afinal é Dom Diego, mas poderia ser… o próprio Tex. E já agora, qual o papel reservado ao delator Augustin?

Boa prova de Fusco, a quem saudamos o regresso depois de alguma ausência. Já com uma certa idade, o autor dá mesmo assim provas de alguma vitalidade e segurança no traço. Já o dissemos, Fusco é o desenhador que menos acusa o peso e o cansaço da idade, e Moctezuma vem provar esta nossa afirmação. Uma aventura onde o autor pôde expandir melhor as suas qualidades de paisagista, pois são muitos e consecutivos os quadrados e as páginas onde Tex se limita a cavalgar, como já acima apontado. Mesmo o seu Tex está quase sempre em bom plano, muito ao jeito do ranger duro que Fusco sempre soube construir. Saúde-se este regresso.


Sasquatch

A propósito do recente Almanaque Tex nº 32, intitulado “A Floresta Misteriosa” o blogue do Tex, na pessoa do seu colaborador Manuel Nascimento elaborou um pequeno mas interessante texto sobre essa personagem tão controversa.

O Bigfoot, também conhecido como Sasquatch (ou Pé-Grande), é uma figura pertencente ao folclore e tradições da América do Norte, sendo dito que habita florestas remotas, principalmente na região do Noroeste do Pacífico dos Estados e na província canadense da Colúmbia Britânica.

O Bigfoot é por vezes descrito como um hominídeo bípede, grande e peludo e muitos crêem que este animal ou seus parentes próximos pode ser encontrado believe that this animal em outras partes do mundo sob diferentes nomes, como Yeti no Tibete e Nepal e Yowie na Austrália.

Bigfoot é um dos mais famosos exemplos da criptozoologia, matéria que a maior parte dos estudiosos tende a considerar como uma pseudo-ciência e que se dedica ao estudo de animais lendários/míticos.


Collezione storica a colori, nº 13 - Senza pietà

Tex nº 13 - SENZA PIETÀ

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Arte de Fabio Civitelli

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Tex Willer por António Maldonado

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